Vacinação contra o HPV está abaixo do esperado em Guarapuava

Saúde

Quase um mês após o início da campanha nacional de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), apenas 46,62% das meninas de Guarapuava, na região central do Paraná, foram vacinadas, segundo do Ministério da Saúde.

A meta da campanha é vacinar 4.931 meninas entre 11 e 13 anos no município, mas, deste número, apenas 2.299 foram imunizadas contra o vírus.

O HPV é responsável por 70% dos casos de câncer de colo de útero de todo o mundo. Segundo dados a Organização Mundial da Saúde (OMS), 290 milhões de mulheres no mundo têm HPV. No Brasil, a doença é a terceira causa de morte entre as mulheres, ficando atrás dos tumores de mama e colorretal.

Ainda conforme o Ministério da Saúde, aproximadamente 58% das meninas de todo o Brasil já receberam a vacina, o que representa mais de 2,4 milhões de jovens. Já o Paraná atingiu uma média de 54% de meninas imunizadas. A meta é atingir 80% até o dia 10 de abril.

Segundo a diretora da Vigilância Epidemiológica de Guarapuava, Chayane Andrade Ternopolski, o número de jovens vacinadas no município está seguindo a média nacional. “Nós estamos fazendo uma busca em todas as escolas públicas e privadas da cidade, entre as meninas que devem receber a vacina, com as equipes de todas as unidades de saúde da cidade, que fazem a vacinação. Inicialmente eles estão mandando um bilhete aos pais, comunicando sobre a vacina e agendando o dia para uma possível aplicação do medicamento”, explicou.

Além disso, a diretora ainda acredita que existe receio por parte dos pais em relação à vacina contra o HPV, que se trata de uma doença sexualmente transmissível. “Alguns pais ainda acham que, depois de vacina, a menina vai ter uma vida sexual ativa ou que será induzida a isso. Temos que deixar claro que o vírus é o principal causador do câncer do colo de útero e essa vacina vem prevenindo isso. O que os pais precisam entender é que é uma prevenção. Não vai induzir à relação sexual, mas uma hora ou outra essa menina vai ser sexualmente ativa e pode entrar em contato com o vírus e, mais tarde, desenvolver o câncer do colo de útero”, esclarece Ternopolski.       
Devem comparecer aos postos de vacinação, acompanhadas dos pais ou responsáveis, crianças e adolescentes nascidas entre 11 de março de 2000 e 10 de março de 2003. O processo de imunização ocorre em três fases. Em setembro, as adolescentes terão que tomar segunda dose. A última deve ser aplicada cinco anos após a primeira dose. Em 2015, serão vacinadas meninas de nove a 11 anos de idade, e a partir de 2016 toda menina a partir dos nove anos de idade.