Alunos do Colégio Estadual Alcides Munhoz, em Imbituva, região central do Paraná, se mobilizaram para encontrar possíveis doadores de medula óssea. Eles passam nas salas de aula, vão ao comércio e a eventos da cidade para explicar como funciona o transplante e o processo de doação. Em dois anos, os estudantes conquistaram 700 voluntários.
A inciativa dos adolescentes que estão no 9º ano faz parte do projeto “Doe Vida! Doe Medula”. Os dados destes 700 voluntários foram encaminhados para o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que funciona como base para consultas de pacientes do Brasil e do mundo.
A medula óssea é uma estrutura que fica dentro dos ossos do corpo, responsável pela produção das células do sangue e das células de defesa.
Entre as células sanguíneas produzidas na medula óssea, estão os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas – substâncias importantes para o transporte de oxigênio, hormônios e nutrientes para o organismo.
Se há algum problema na fabricação dessas células, o corpo sofre consequências e a pessoa pode desenvolver leucemia, linfomas, anemias graves ou outras doenças do sangue.
E, em alguns casos, a cura vem apenas com um transplante de medula. Contudo, a dificuldade está em encontrar um doador compatível.
O projeto surgiu quando os alunos tiveram conhecimento da quantidade de pessoas que aguardam para encontrar um doador compatível e também após a Prefeitura de Imbituva realizar uma campanha para tentar localizar um doador para um aluno da rede municipal de ensino.
Bem sucedido, o projeto obteve reconhecimento nacional por meio da professora de língua portuguesa Glauciane Opata de Camargo, que coordena o projeto. Ela recebeu um prêmio nacional como uma educadora de destaque no país.
São 26 alunos envolvidos diretamente no projeto, mas, de acordo com o governo estadual, todos os 1.200 estudantes do colégio participam. Eles têm o desafio de levar para casa uma ficha (com nome do voluntário, data e horários disponíveis para os exames), com a missão de encontrar voluntários.
Veja como doar medula óssea
O número de voluntários cadastrados para doar medula óssea em todo o Paraná é de aproximadamente 700 mil. O cadastro pode ser feito em qualquer banco de sangue. Somente na rede do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) são 22 postos.
O Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea foi criado em 1993, passando a funcionar no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva - INCA, a partir 1998.
Para efetuar o cadastro, o candidato deverá apresentar um documento oficial de identidade com foto. O voluntário não pode ser usuário de drogas e não ter tido nenhum tipo de câncer ou doença hematológica, mesmo que já estejam curados.
No momento do cadastro serão coletados de 5 ml a 10 ml de sangue. Não é necessário estar em jejum, porém, é preciso evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a coleta.
Se for verificada compatibilidade com algum paciente cadastrado o doador é, então, convocado para fazer testes confirmatórios e realizar o procedimento.