Passadas todas as festas comemorativas e o período de férias, quando, naturalmente, nos permitimos uma alimentação mais calórica, logo chega a época da Páscoa, e nos deparamos com milhares de ovos de chocolate atrativos por todas as partes.
Nesta altura do ano, quem conseguiu dar ritmo aos exercícios físicos aliados a uma alimentação saudável, visando à recuperação dos prejuízos do verão, começa a acreditar que está tudo perdido. Mas não é bem assim: existem formas de não passar vontade sem peso na consciência, e na balança.
A grande de maioria dos ovos de páscoa encontrada nos supermercados é feita de chocolate ao leite, e, segundo a nutricionista Lis Anne Bonardi Fermino, de Guarapuava, é o tipo que mais nos faz mal. “O chocolate ao leite tem mais gordura e açúcar e, em excesso, pode ocasionar insônia e alterações de comportamento (irritação), por ter em sua composição a cafeína. Além disso, chocolates são produtos industrializados, ricos em conservantes e sódio”, explicou.
Porém, os mais amargos, que possuem maior porcentagem de cacau, são os mais indicados para quem quer manter a disciplina na alimentação nesta Páscoa, já que podem trazer até alguns benefícios à saúde. “O chocolate amargo tem uma grande concentração de flavonóides, como as catequinas (antioxidantes), que ajudam a diminuir a pressão sanguínea. O cacau age no relaxamento arterial, deixando-as mais saudáveis, melhorando o fluxo sanguíneo”, garantiu a nutricionista.
Segundo Lis Anne, o chocolate amargo é anti-inflamatório, melhora o humor, promove a saciedade, e é fonte de alguns minerais.
“Quanto mais cacau tiver no chocolate, mais antioxidante ele é. Além disso, a porcentagem de leite e açúcar será menor”, afirmou. Além disso, ele é indicado também após a realização de exercícios físicos. O ideal são 30 gramas (4 quadradinhos) ao dia. “Durante a atividade física (principalmente a aeróbia) ocorre uma grande produção de estresse oxidativo (radicais livres), por ser um antioxidante, combate esses radicais livres, então pode adicionar no pós treino”, contou a nutricionista.
Apesar de todos esses benefícios ao corpo, é natural que nem todo mundo goste de chocolate amargo. Por isso, é crescente o número de opções de chocolates específicos para quem quer evitar substâncias que fazem mal ao nosso corpo.
De acordo com Lis Anne, atualmente, uma alternativa em substituição do cacau nos ovos de páscoa é a chamada alfarroba. “A alfarroba é rica em fibras, vitaminas e minerais. É isenta de glúten, lactose, cafeína e açúcar. É uma opção de um ‘chocolate’ que não é amargo e é mais saudável”.
Os ovos de alfarroba podem ser encontrados em lojas de produtos naturais. Além disso, a alfarroba pode ser comercializada em pó (que pode susbstituir o chocolate em pó), ou ainda, em alguns locais é disponibilizada em gotas, em barra, com coco, com banana, com flocos de arroz, com uvas passas, com castanha de caju, com damasco ou com creme de avelã.
Existem, ainda, ovos de páscoa sem lactose e nenhum produto de origem animal, de chocolate ao leite com soja, sem glúten, sem lactose e sem açúcar; os sem colesterol; e os diet que não têm açúcar. No entanto, a nutricionista aconselha sempre a observar nos rótulos a quantidade de gorduras e açúcares. “Por serem isentos de alguns ingredientes, podem conter outros que não sejam adequados para a saúde. Os chocolates diets não têm açúcar, todavia, a quantidade de gordura pode ser até maior, então, não acredite que ingerindo o chocolate diet não irá engordar. Eu indico procurar sempre um ovo com uma quantidade de cacau acima de 70%”, finalizou Lis Anne.
A bancária aposentada Wania Marcia Albach Marenda procurou conhecer as opções de chocolates com 70% e 85% de cacau porque pretende manter a sua dieta mesmo na Páscoa. “Eu li em um bestseller sobre câncer que o chocolate tem triptofano e é bom para depressão, e também em um artigo de uma nutricionista que dizia que é bom para quem quer emagrecer”, contou ela.