Médicos não atendem criança para jantarem juntos em hospital, diz Samu

Saúde

 

Ainda conforme o Corpo de Bombeiros, que é responsável pelo Samu na cidade, a criança estava em uma festa junina quando caiu e machucou a cabeça. O Samu foi chamado e, no momento que a equipe de socorristas entregou a criança no pronto-socorro, notaram que os três médicos que estavam de plantão naquela noite estavam jantando juntos, sem fazer o esquema de revezamento, e por isso não prestaram o atendimento de imediato.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, mais pessoas aguardavam por atendimento quando o os socorristas do Samu chegaram no local para deixar a criança. A situação provocou desentendimento entre os socorristas e os médicos de plantão. A Polícia Militar (PM) foi chamada e um dos plantonistas foi levado ao Fórum da cidade e deve responder por desacato.

O diretor técnico do pronto-socorro, Pedro Compasso, disse em uma coletiva realizada nesta segunda-feira (14), que o problema não foi o fato de eles estarem jantando juntos. “O protocolo diz que a equipe de cirurgia deve atender aos pacientes vítimas de trauma. Naquele momento estavam os dois cirurgiões no centro-cirúrgico e pelo registro, o paciente chegou 00h37 e foi atendido em menos de 20 minutos”, explicou o diretor técnico. A criança foi medicada, liberada e passa bem.

A direção do hospital informou, ainda, que vai investigar o comportamento dos médicos no que diz respeito ao descumprimento do protocolo. Já sobre a questão do desacato aos socorristas do Samu, o hospital afirmou que não tem a responsabilidade de investigar o assunto.

Em nota, a Prefeitura de Ponta Grossa, informou que os profissinais do Pronto-socorro seguem um protocolo de atendimento seguindo cores que indicam o grau de gravidade do paciente o que permite estabelecer qual o tempo de espera máxima, de acordo com o quadro clínico. No caso que ocorreu no sábado, o protocolo determinava que o paciente fosse atendido por um cirurgião, e os dois cirurgiões plantonistas estavam em uma cirurgia de urgência.

"O livro de ocorrência do Hospital Municipal relata ainda que o médico envolvido na questão não negou atendimento, apenas solicitou aguardo. Portanto, não houve omissão de socorro. Ainda assim, a empresa terceirizada, responsável pelos médicos, será notificada pela Secretaria Municipal de Saúde sobre o sistema de revezamento no descanso, que, neste caso, não foi cumprido", dizia a nota.