Demora para atendimento irrita usuários da saúde em Guarapuava

Saúde

Os moradores que dependem do sistema público de saúde em Guarapuava, na região central do Paraná, precisam enfrentar filas nos postos de atendimento e nas urgências municipais. A demora para conseguir atendimento tem incomodado a população da cidade, que muitas vezes passam horas na fila e, mesmo assim, não conseguem consultar.

 

A dona de casa Elizete Carvalho chegou ao posto de saúde do bairro Vila Bela às 4h para conseguir uma das seis fichas disponíveis no dia para consultar o filho, que está com problema na garganta. “Ele está na fila de espera. É complicado. Não faz nem 15 dias que ele consultou e já está com dor de garganta de volta”, revelou.

A também dona de casa Kelly Carolina de Souza Moraes, que foi até a urgência do Pérola do Oeste para tratar uma crise alérgica também reclama da demora para ser atendida. “Tinha gente com caso pior do que o meu, com crianças passando mal. É muita demora, tem gente que vem de outros lugares e passa o dia aqui. Lá dentro não tem espaço para colocar as pessoas na sala de espera, na sala de repouso para tomar medicamento. Muitas vezes você entra lá dentro e tem gente tomando soro em pé”, reclama.

Já o vigilante Carlos Eduardo Marcondes não conseguiu com que o filho de 10 anos fosse atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Batel. O menino estava com febre, mas na espera pela pré-consulta, que durou 40 minutos, a febre passou e ele acabou não recebendo atendimento. Carlos precisou pagar por uma consulta para o filho em um médico particular, que constatou que o menino estava com início de pneumonia. “Eles falaram para nós que não iam atender porque ele estava sem febre. Eles também disseram para nós conversamos com uma assistente social, que encaminharia para um posto mais próximo de casa e marcaria uma consulta”, contou.

Na última década, Guarapuava teve um aumento de 20 mil no número de habitantes da cidade. Mas a situação da saúde pública no município não acompanhou o crescimento da cidade e, nos últimos anos, dois hospitais já fecharam as portas.

Espaço físico limitado
O secretário municipal de Saúde, Stefan Negrão, afirma que o espaço físicos nos postos e da urgência é limitado para que o número de médicos em cada uma das unidades pudesse aumentar. “As unidades estão sendo ampliadas e, com isso, eu vou conseguir colocar  mais um médico. Mas eu não posso nem pedir para o programa Mais Médicos porque eu já tenho um médico cadastrado em cada uma dessas unidades”, explica o secretário.

Negrão também alega que os problemas de demora no atendimento vão continuar ocorrendo. “Isso ocorre porque é feita uma classificação de risco. Até os casos mais graves, como infarto, derrame, acidente de carro e traumas, por exemplo, são atendidos prioritariamente. Conforme a gravidade do caso, eles são atendidos na frente de pacientes que estejam com febre ou dor de garganta”, esclarece.

O secretário pede que as pessoas procurem os postos de saúde para situações menos graves e agendem a consulta. "Os postos de saúde têm resolvido 85% dos casos mais leves. Os pacientes que procuram a urgência serão atendidos, mas dentro da classificação de risco", afirma Negrão.

A prefeitura informa que os pacientes que procuraram os postos de saúde ou as urgências municipais e não receberam atendimento devem comunidar a ouvidoria municipal através do telefone 156.