Aproximadamente 50 fiéis da igreja católica de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e da região participaram, na tarde deste sábado (9), de um protesto contra as decisões tomadas pelo bispo da diocese, Dom Dirceu Vegini, em afastar três padres e não revelar os motivos.
O decreto que determinou a suspensão das funções sacerdotais foi entregue aos religiosos na sexta-feira (1º) e dava prazo para que eles deixassem as paróquias até o fim da tarde de sábado (2). Foram afastados os padres Sérgio Bertoti, Agostinho Gatelli – de Foz do Iguaçu – e Paulo de Souza, que havia sido transferido para Guarapuava.
Os manifestantes protestaram com faixas, balões pretos e rezaram o terço. “Nós organizamos este protesto exatamente para mostrar para o bispo a indignação em relação à sua atitude. E a gente está querendo mostrar para ele que ele pode ficar à vontade para fazer tudo isso em outra diocese, porque aqui não dá mais para ele”, revelou indignada a empresária Márcia Oliveira.
Apesar da movimentação, realizada em frente à Cúria – local onde Dom Dirceu Vegini mora e de onde cuida da administração da diocese de Foz do Iguaçu – aparentemente o imóvel estava fechado e ninguém apareceu. “Ele abusou de sua autoridade e fez medidas pesadíssimas, muito fortes, que não precisariam ser tomadas neste momento, expulsando padres da cidade, impedindo que eles celebrem missa, tirando da residência de onde eles moram e que eles não podem ficar aqui. Então, essas medidas são autoritárias e é contra isso que estamos lutando”, relatou o advogado dos padres afastados Álvaro Albuquerque.
Para o advogado, o que está ocorrendo é uma perseguição do bispo depois de ele ter denunciado à polícia a invasão da conta pessoal de e-mail. Em entrevista coletiva, realizada na terça-feira (5), Dom Dirceu afirmou que o afastamento dos padres não tem relação com o caso da violação de e-mails e que não pode revelar os motivos da decisão. Os três padres negam saber o que causou os afastamentos.