Os alunos da rede estadual de ensino estão sem aula nesta terça-feira (17) em virtude da paralisação dos professores do Paraná. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, a mobilização atinge 30% das escolas. Ao todo, são um milhão de alunos matriculados nas escolas estaduais.
Em Curitiba, os professores se concentram desde as 9h na Praça Santos Andrade, no Centro. Os docentes pedem o cumprimento da Lei Nacional do Piso Salarial, o fim das terceirizações, do fechamento de escolas e turmas, da militarização das escolas e também o fim das reorganizações com intuito de cortar gastos.
Outro item da pauta de reivindicações é o fim dos atrasos dos pagamentos dos professores.
Neste mês, por exemplo, o salário dos quatro mil professores contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS) deveria ter sido depositado no dia 1º.
Porém, diversos profissionais relataram atrasos. O governo estadual divulgou que pagou o que devia na quarta-feira (16). Este pagamento é referente ao período entre 1º e 19 de fevereiro, quando os professores repuseram aulas do calendário de 2015. As duas greves da categoria naquele ano atrasaram o cronograma.
Diálogo
Segundo o governo do estado, haverá ainda nesta quinta-feira um encontro entre representantes do Sindicato dos Professores do Paraná e a secretária estadual de Educação, Ana Seres.
Na avaliação de Seres, as demandas da categoria são encaminhadas e a secretaria tem conseguido atender as reivindicações.
Quanto aos pagamentos de promoções e progressões da carreira, a secretária de Educação afirma ter feito um pedido às secretarias da Administração, Fazenda e Casa Civil para estudos de cronograma de pagamento escalonado.
O governo estadual diz ainda que não houve terceirização e entrega de escolas a organizações sociais. Sobre o piso, a Secretaria de Educação argumenta que um professor em início de carreira recebe, por mês, R$ 3,6 mil por 40 horas semanais - 2,8 mil de salário mais R$ 800 de auxílio-transporte. O piso nacional dos professores é de R$ 2.135,64.

Pelo interior
No interior do estado, houve paralisação e manifestações em várias cidades. Segundo a APP-Sindicato as aulas na rede estadual serão suspensas também à tarde e à noite e o conteúdo deverá ser reposto aos alunos em outros dias.
Pelo menos 500 professores e estudantes foram ao Calçadão de Londrina. Os maiores colégios da cidade amanheceram com portões fechados nesta quinta-feira. A estimativa da APP-Sindicato é de que todos os 72 colégios tenham aderido à paralisação. Por isso, nenhum dos 50 mil alunos da rede estadual teve aula na cidade.
Em Maringá, boa parte dos professores estaduais se reuniu na praça Raposo Tavares, no Centro da cidade. No Colégio Gastão Vidigal, um dos mais importantes da Maringá, apenas 11 dos 110 profissionais foram ao trabalho.
Em Foz do Iguaçu, no oeste, os alunos que já na quarta-feira (17) foram liberados mais cedo, nesta quinta não tiveram aula. Os professores se reuniram por volta das 9h na Praça do Mitre, no Centro, para um protesto, entre outros, por reajuste salarial de 7,75%, o que equipararia o piso da categoria no Paraná com o nacional.
A manifestação em Cascavel, também no oeste, foi feita na Avenida Brasil e contou com o apoio dos alunos. Segundo a organização, 300 professores participaram do ato pacífico. Eles entregaram panfletos explicativos e carregaram cartazes com as reivindicações.