Moradores de Guarapuava têm dificuldades em agendar consultas na rede pública

Saúde

Os moradores de Guarapuava, na região central do Paraná, estão com dificuldades para conseguir consultas nos postos de saúde da cidade. a reclamação é de que nos postos de saúde dos bairros são distribuídas poucas fichas de atendimento por dia.

Na unidade de saúde localizada no bairro Residencial 2000, a médica que atende somente nas segundas, quartas e quintas-feiras, não vai trabalhar desde quinta-feira (5).

A dona de casa Naile Correia, descobriu que não conseguiria uma consulta após caminhar mais de meia hora até a unidade de saúde localizada no Residencial 2000. “Eu faço tratamento contra o câncer, não é o dia que você vai marcar que vai ficar doente”, reclama a dona de casa.

“Aqui no Residencial 2000 a situação está precária, os médicos não vêm. Antes havia dois médicos aqui durante a semana, agora vem uma médica a cada dois dias, três dias”, conta o pedreiro, Mauro Gomes.

Mesmo sabendo que não conseguiria a consulta, a dona de casa Marilda Ribeiro, resolveu esperar o posto abrir para saber como conseguir a receita para o remédio controlado de que precisa. “Não é justo isso, tinha que ter mais médicos, o prefeito tinha que pegar mais médicos”, disse Ribeiro.

Na unidade de saúde do núcleo Adão Kaminski, a fila começou a se formar antes das cinco e meia da manhã desta segunda. Quando o posto abriu, mais de 20 pessoas aguardavam para fazer exames ou tentar marcar consulta. Alguns não conseguiram atendimento pois o médico só atende dez pessoas por dia, durante três dias da semana.

As reclamações se repetem em outros postos de saúde da cidade. Na Vila Carli, bairro mais populoso do município, são entregues 24 fichas de atendimento por dia, somente na segunda-feira. Nos outros dias da semana, são entregues apenas 16 fichas. A quantidade de fichas não consegue dar conta da quantidade de pessoas que diariamente procuram por atendimento. “Aqui é preciso chegar 4h, 4h30 no máximo para conseguir pegar ficha, mais tarde do que isso já não consegue pegar ficha. Eu acho que é ruim porque o povo deveria ser atendido no horário que chegasse. Os médicos ganhar para isso”, acredita a dona de casa, Selic Fontoura, enquanto aguardava na fila.

Parecer da prefeitura
A Secretaria de Saúde de Guarapuava informou em nota que a médica que atende na unidade do Residencial 2000 não avisou com antecedência que iria faltar ao trabalho e por isso não foi possível chamar um profissional substituto. De acordo com a secretaria, ela terá o dia de trabalho descontado do salário.

Em relação à Vila Carli, a alegação da prefeitura é de que a falta de médicos na rede pública municipal está prejudicando o atendimento na unidade. De acordo com a Secretaria de Saúde, o déficit é de vinte profissionais. A secretaria também informou que fará uma reunião com todos os médicos do município para tratar do assunto.