Adapar registra mais de 200 denúncias de mau uso do solo produtivo

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A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), já recebeu em 2015 mais de 200 denúncias de mau conservação do solo produtivo. Em todo o ano passado, foram 513 denúncias e 72 processos administrativos abertos contra os responsáveis. "O mau uso provoca infertilidade da terra e ainda assoreia mananciais de abastecimento", explica a pesquisadora do Iapar Graziela Moraes de César.
 Em propriedades rurais sem terraços e curvas de nível, a chuva desce com força e pode abrir crateras. Nas lavouras, manchas de terra também indicam desgastes provocados pela água. Nos últimos anos muitos agricultores abandonaram práticas recomendadas para conservar o solo.

O agricultor João Tamineli ficou preocupado ao constatar um início de erosão na propriedade que arrenda no distrito de Maravilha, em Londrina, norte do estado. Ele cultiva soja, milho, trigo e aveia. Sempre manteve terraços na lavoura, mas o produtor diz que com o tempo eles foram se compactando e já não seguram mais a água. "A chuva vai baixando a terra e aí vem a erosão", explica. 

Para conter o problema, o plantio direto é fundamental, pois garante a cobertura e a proteção do solo contra erosões. Além disso, a rotação de culturas auxilia na prevenção de pragas, e os terraços ajudam a segurar a chuva, mas precisam ser reformados periodicamente.

A pesquisadora do Iapar Graziela Moraes de César elogiou a iniciativa do produtor rural João Tamineli de fazer a rotação de culturas e manter os terraços, mas destacou que ele cometeu um erro ao retirar a palhada da lavoura. "Ele jogou fora 15 anos de plantio direto. Deixou a terra totalmente exposta, sem palha. Vai ter que começar tudo de novo", disse.