Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, retornou à sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, por volta das 13h deste sábado (2).
Cerveró é colaborador da Operação Lava Jato e teve onze dias para passar as festas de fim de ano longe da carceragem e junto com a família, no Rio de Janeiro.
A saída só foi autorizada por causa de um termo previsto no acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF). Durante todo o período em que esteve fora, o investigado foi monitorado por tornozeleira eletrônica e escolta policial.
Também estava prevista a saída do doleiro Alberto Youssef. O doleiro, porém, permaneceu na cadeia. Segundo o advogado dele, o acordo não foi favorável ao cliente.
De acordo com a PF e com o Ministério Público Federal (MPF), Cerveró, na condição de diretor Internacional da Petrobras, se beneficiou do esquema de fraude, corrupção e desvio de dinheiro, recebendo propinas milionárias em virtude de diferentes contratos da Petrobras e também na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
O ex-diretor está detido pela Lava Jato desde janeiro de 2015. Ele já foi condenado duas vezes pela Justiça Federal por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Somadas, as duas penas chegam a 17 anos de prisão.
Investigações
A deleção premiada de Cerveró foi homologada após a divulgação de uma gravação feita numa reunião do senador Delcídio do Amaral com o chefe de gabinete dele, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro e o filho de Cerveró, Bernardo
A conversa foi gravada por Bernardo, com um celular no bolso. Nela, eles discutiram um plano para evitar que o ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró assinasse um acordo de delação premiada.
Trechos da delação de Cerveró sobre os possíveis pagamentos de propina aos senadores Renan Calheiros (PMDB), Jader Barbalho (PMDB) e Delcídio do Amaral (PT) vieram a público.
O senador Renan Calheiros nega a imputação e reitera que suas relações com empresas públicas ou privadas nunca ultrapassaram os limites institucionais. Já a defesa do senador Delcídio Amaral afirmou que não vai se manifestar. A assessoria de imprensa de Jader Barbalho informou que o senador não vai se pronunciar por enquanto.