A secretária da Fazenda do Paraná, Jozélia Nogueira, atribuiu à crise econômica mundial parte da culpa pelo desequilíbrio das contas do governo do estado.
“Nós estamos vivendo uma crise. É uma crise mundial que chegou ao Brasil e as receitas da União diminuíram. Nós aumentamos a despesa de pessoal, ampliando o número de professores, policiais e na área de saúde”, explicou. Segundo ela, esses fatores refletiram nas contas do governo estadual no fim deste ano. Ela diz ainda que o governo esperava a liberação de empréstimos para poder dar continuidade aos investimentos. Porém, eles ainda não foram liberados.
Quanto aos atrasos nas obras executadas pelo estado, Jozélia afirmou que a redução dos repasses da União foram preponderantes para que a capacidade de investimento do Paraná fosse reduzida. “Certamente, isso foi um grande baque nas contas públicas de todos os estados do Brasil”, disse.
Quanto ao 13º salário dos servidores, Jozélia garantiu que o dinheiro será pago. “Nós garantimos que pagaremos o 13º e em breve retomaremos todos os pagamentos dos nossos fornecedores, porque as contas estão sendo reequilibradas. Estamos fazendo cortes também, para garantir que sejam pagos todos os contratos” concluiu.Ela lembrou que os atrasos de pagamentos não foram intencionais. “Houve toda uma conjuntura que levou a esse atraso. Mas todos os anos e próximos a anos eleitorais, isso é muito comum. Todos os que têm contatos com a administração [estadual] sabem disso”, lembrou. Conforme a secretária, o governo do estado usou dinheiro de arrecadação para quitar as dívidas que surgiram durante o ano. Ela disse que tão logo os empréstimos do governo sejam liberados, as contas devem ser reequilibradas.
Nas últimas semanas, vários fornecedores reclamaram da falta de pagamentos por parte do governo. Diversas oficinas que cuidam do conserto dos carros oficiais, entre eles ambulâncias e carros das polícias, disseram que não vão mais receber novos veículos para serem arrumados, pois os pagamentos estão atrasados.
Até mesmo algumas instituições públicas reclamam da falta de verbas. A Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) diz que muitas obras e até as contas de água e energia elétrica estão atrasadas.
Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), o atraso das obras comprometeu a construção do hospital universitário. A situação fez com que Dez trabalhadores que atuavam na obra do centro cirúrgico do Hospital Universitário da cidade já perderam o emprego.