Casos de homicídios em Guarapuava dobraram em setembro, diz polícia

Guarapuava

Até o dia 18, Polícia Civil registrou oito assassinatos no município. Número já é o dobro em relação ao mesmo mês inteiro de 2013....

 A Polícia Civil registrou oito homicídios em Guarapuava, na região central do Paraná, entre o dia 1º de setembro e esta quinta-feira (18). O mês ainda não terminou, mas o número de casos já é o dobro da quantidade de assassinatos que a cidade teve durante todo o mês de setembro em 2013. Segundo a polícia, grande parte dos homicídios ocorre por motivo fútil.

Em apenas um fim de semana, a polícia atendeu a três ocorrências em Guarapuava. Em uma delas, o autor confessou o crime e disse aos policiais que atirou porque não gostava da maneira que a vítima olhava para ele. No início do mês, no dia 4, um jovem foi morto a tiros depois de uma discussão em frente a um bar da cidade.

Matar por motivos banais, como nesses casos citados, caracteriza homicídio qualificado. A pena para um homicídio simples é de 6 a 20 anos de prisão, mas quando o crime é cometido por motivo fútil, a pena aumenta. O autor do crime pode pegar de 12 a 30 anos de cadeia.

De acordo com o delegado Alexandre Rorato Macial, o uso de drogas e a ingestão de bebidas alcóolicas são grandes incentivadores desses crimes. “Em dias de calor, mais bonitos, há um aumento de ocorrências porque as pessoas estão mais na rua. Especialmente nos finais de semana, há mais ingestão de bebidas e uso de drogas ilícitas, o que contribui para boa parte das infrações penais”, explica.

Prevenção pode ser a solução
O professor e doutor em História Social Marcelo de Souza Silva estuda a violência urbana. Para ele, o poder público pode e deve desenvolver políticas que ajudem a prevenir a maior parte dos crimes. “Por meio de estudos, é possível saber quais são as situações de risco e, assim, fazer intervenções para prevenir”, afirma.

Quando se fala em motivos banais, de acordo com Marcelo, é necessário analisar o motivo da banalidade e identificar os fatores de risco que existem na sociedade, como o machimo, o racismo e outras situações que fazem com que as pessoas cometam os crimes “Também existem os problemas sociais, como a falta de um policiamento preventivo, de um sistema de amparo social e de educação. Tudo deve ser muito bem estudado pelos agentes públicos e transformado em prevenção”, acredita.