A Justiça Federal negou no final da tarde desta quarta-feira (1) o pedido de liberdade a Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, diretor da construtora Odebrecht, preso no último dia 19 durante a 14º fase da Operação Lava Jato. O recurso foi impetrado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre.
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- procurador e delegado falam
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14ª fase da Lava Jato
As empreiteiras alvo desta fase da Lava Jato foram a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as empresas tinham esquema "sofisticado" de corrupção ligado à Petrobras, com depósitos no exterior.
O delegado Igor Romário de Paula afirmou que há indícios bem concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.
No total, 12 pessoas ligadas a duas construtoras foram presas. Onze foram levados de avião para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. O 12º preso, Paulo Roberto Dalmazzo, ex-executivo da Andrade Gutierrez, se entregou na Superintendência da PF, acompanhado do advogado.
Confira a lista dos presos desta fase, segundo as investigações:
- Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, prisão preventiva
- João Antônio Bernardi, ex-funcionário da Odebrecht, prisão preventiva
- Márcio Faria da Silva, diretor da Odebrecht, prisão preventiva
- Rogério Santos de Araújo, diretor da Odebrecht, prisão preventiva
- César Ramos Rocha, diretor da Odebrecht, prisão preventiva
- Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, prisão preventiva
- Elton Negrão, diretor da Andrade Gutierrez, prisão preventiva
- Paulo Roberto Dalmazzo, ex-diretor da Odebrecht, prisão preventiva
- Christina Maria da Silva Jorge, sócia da Hayley, prisão temporária
- Alexandrino de Salles, ex-diretor da Odebrecht, prisão temporária
- Antônio Pedro Campelo de Souza, ex-diretor da Andrade Gutierrez, prisão temporária
- Flávio Lucio Magalhães, operador, prisão temporária
O outro lado
Em nota, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) confirmou a operação da Polícia Federal em seus escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Da mesma forma, alguns mandados de prisão e condução coercitiva foram emitidos.
"Como é de conhecimento público, a CNO entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", diz a nota.
Também por meio de nota, a construtora Andrade Gutierrez informou que está acompanhando o andamento da 14ª fase da Operação Lava Jato e prestando todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento.
"A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes", diz a nota.