Exaustor é instalado em cadeia superlotada no norte do Paraná

“De noite prende todo mundo, fica difícil, não tem como andar. Fica um em cima do outro, tudo fechado, não tem ventilação nenhuma, não tem como nem respirar. Se um tiver tuberculose, vai ser tudo contaminado”, diz um dos presos.

O exaustor custou R$ 2 mil, e foi pago com o dinheiro da própria delegacia. Segundo o delegado Paulo Gomes, a instalação tenta também evitar a proliferação de doenças.

“O pessoal está com vários tipos de doença causados pela aglomeração. A gente está exigindo uma ventilação melhor para que eles [os presos] fiquem vivos. Colocamos o exaustor para amenizar um pouco o calor dos presos”, comenta o delegado.

Para Gomes, o ideal seria a instalação de um ar-condicionado. O mesmo foi feito na cadeia da delegacia de Marilândia do Sul, também no norte do estado, em dezembro de 2014.

“Um ar-condicionado seria o ideal para manter aquele ambiente um pouco mais refrigerado e manter as pessoas vivas. Vamos evoluindo para isso, e futuramente será colocado”, comenta.

A chegada das festas de fim de ano faz aumentar o risco de rebeliões e tentativas de fuga nas cadeias. Com isso, os plantonistas ficam em alerta. Na segunda-feira (21), foram localizados nove celulares durante uma fiscalização nas celas.

“Como são pessoas sem emprego, sem futuro nenhum, eles cometem crimes no mesmo dia e acabam voltando por algo mais grave, sai por uma porta do sistema e entra pela outra. Isso vai sobrecarregando ainda mais o sistema que já está falido. Temos que tomar providências para que pelo menos esse caos do presídio não venha atingir a comunidade”, diz o delegado.