O ex-assessor da Casa Civil e ex-prefeito deRealeza, Eduardo Gaievski, não participou do segundo dia de audiência do processo que responde por manter relações sexuais com menores de idade. Nesta sexta-feira (22), o juiz responsável pelo caso passou a ouvir as testemunhas de defesa do político.
A decisão de manter Gaievski no presídio deFrancisco Beltrão foi tomada porque algumas testemunhas de acusação se sentiram indispostas de terem que falar na presença dele. Já a defesa, que havia convocado 12 pessoas para depor a favor do ex-prefeito resolveu dispensar a maior parte delas.
Ainda nesta sexta, uma das testemunhas ouvidas foi o advogado de Gaievski, preso, segundo a polícia, após ser flagrado tentando pagar R$ 2 mil para que uma das testemunhas de acusação mudasse o depoimento dado aos policiais. Com ele, estava também o filho do ex-prefeito, Eduardo André Gaievski.
O depoimento do ex-prefeito ao juiz deve ocorrer até o dia 16 de dezembro. Contudo, a data ainda não está marcada. Após as audiências, o juiz já poderá definir a sentença de Gaievski.
O Ministério Público acusa Gaievski de manter relações sexuais com dezenas de adolescentes de Realeza. De acordo com a promotoria, na época em que era prefeito, ele aliciava as garotas oferecendo empregos na prefeitura. Em troca, fazia sexo com elas.
No dia 31 de agosto, a ministra-chefe Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou, por meio de nota oficial, que lamenta profundamente a situação. “Tenho uma história de vida, não só política, em defesa da mulher e seus direitos, mas também de crianças e adolescentes. As acusações imputadas a Eduardo Gaievski são da mais alta gravidade e têm que ser apuradas levando-se às últimas consequências. Jamais compactuei ou compactuarei com crimes, ignorando-os ou acobertando-os”.
Ainda conforme a nota, para fazer a contratação, a Casa Civil levou em consideração a avaliação que o ex-assessor teve no período em que ficou à frente da Prefeitura de Realeza e, antes da nomeação, um levantamento feito não indicou as acusações que atualmente Gaievski responde, e que nega. Ele foi afastado do cargo.
Assim que as denúncias foram levadas a público, o Partido dos Trabalhadores (PT) também decidiu suspendê-lo até a conclusão das investigações.