O Colégio Estadual do Paraná (CEP) permanecerá ocupado por alunos por tempo indeterminado. Os estudantes que participam da ocupação decidiram em assembleia, neste domingo (30), que ficarão no local até que o governo federal desista da Medida Provisória que promove mudanças no Ensino Médio e da Proposta de Emenda Constitucional que limita os gastos públicos.
Os jovens participantes do movimento tinham decidido na sexta-feira (28) pela desocupação, mas na tarde de sábado (29) voltaram atrás e decidiram pela continuidade da mobilização. Os estudantes são contrários a um acordo firmado entre representantes estudantis e o governo do estado para a desocupação de colégios de Curitiba. Logo após a realização da assembleia, que definiu o futuro do movimento, os alunos fecharam a Rua Luiz Leão por 15 minutos.
Representantes do movimento disseram que a ocupação no CEP não pode ser usada como justificativa para um possível cancelamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estudantes que participam do ato defendem que a ocupação é um ato em defesa da educação pública com qualidade.
Nesta segunda-feira (31), termina o prazo dado pelo Ministério da Educação (MEC) para que os estudantes deixem as escolas, universidades e institutos federais ocupados em protesto contra medidas propostas pelo governo federal. Caso isso não ocorra, o MEC informou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 5 e 6 de novembro, será cancelado nesses estabelecimentos.
Crítica ao acordo
O acordo criticado pelos estudantes do CEP foi firmado entre o governo do estado, por meio da Procuradoria-Geral do Estado, em parceria com o Ministério Público do Paraná e com a Defensoria Pública. Segundo a negociação, as três entidades iriam pedir à Justiça que retirasse a ordem de desocupação do CEP, mas mantendo a desocupação de outras 24 escolas de Curitiba. As desocupação devem ocorrer até segunda-feira.
Em entrevista coletiva concedida na sexta-feira, os estudantes afirmaram que não concordaram com o acordo, porque não foram consultados. Eles disseram que se solidarizavam com as reivindicações dos estudantes das outras escolas e que, por isso, não achavam justo que elas fossem desocupadas, enquanto eles manteriam o protesto. Os estudantes também disseram que não querem protagonismo diante das outras escolas.
Desocupações
Durante a tarde de sexta-feira, um oficial de justiça esteve no CEP para negociar a saída pacífica dos estudantes, mas não houve acordo.
O Colégio Estadual do Paraná é a maior escola pública do estado. Além dele, a Justiça determinou a desocupação de outras 24 escolas da cidade. A decisão da juíza Patrícia de Almeida Gomes Bergonese levou em conta a morte de um adolescente em um dos colégios estaduais ocupados. Um garoto de 17 anos foi morto a facadas por um colega. Segundo a polícia, o suspeito estava sob efeito de drogas. O colégio onde aconteceu a morte também é alvo da determinação judicial.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seed), 430 colégios estaduais permaneciam ocupados até sábado. Em uma semana, 427 escolas foram desocupadas no estado, ainda segundo o governo.
O movimento Ocupa Paraná não atualiza os dados desde 21 de outubro, quando havia 850 colégios ocupados.
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