Uma decisão judicial derrubou uma liminar que suspendia os efeitos da Comissão Processante (CP) instalada contra o prefeito afastado de Prudentópolis, na região central do Paraná, Gilvan Agibert (sem partido). A Comissão Processante apura possíveis irregularidades cometidas na gestão do político levantadas na operação Caçamba, desenvolvida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).A medida foi confirmada nesta quarta-feira (13) pelos vereadores da Comissão Processante.
Uma nova audiência deve ouvir o prefeito e mais quatro testemunhas, na quinta-feira (14), na Câmara.
A liminar anterior tinha sido pedida pelos advogados de defesa de Agibert, porque os vereadores não aceitaram um atestado de saúde do prefeito afastado, que faltou à sessão da comissão no dia 30 de abril. Segundo a defesa, Agibert estava hospitalizado neste dia. A Comissão tem até o início de junho para ser concluída.
A Comissão Processante analisa o pedido de cassação de mandato do prefeito. Agibert foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por suspeita de praticar 23 crimes relacionados à corrupção e desvio de dinheiro público.
Investigação começou após operação
Os vereadores acataram denúncia do morador Mauro Mhel e a comissão foi aprovada por unanimidade pelos 13 parlamentares da cidade, no início de março. A denúncia se baseia na operação do Gaeco, que investiga o suposto desvio de dinheiro na prefeitura.
Agibert foi preso em 12 de fevereiro com R$ 24 mil, proveniente de propina, segundo o Gaeco, e solto uma semana depois pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que entendeu não haver motivos para a prorrogação da prisão temporária. Na mesma decisão, o TJ-PR determinou o afastamento do prefeito do cargo.
O Gaeco investiga o desvio de dinheiro público em licitações da Prefeitura de Prudentópolis desde o início de 2014. Ligações telefônicas interceptadas pelo Gaeco, com autorização da Justiça, indicam que Agibert tinha empresas “laranjas” que eram subcontratadas pelos vencedores das licitações com contrato com a prefeitura.
No dia 13 de março, o MP-PR apresentou denúncia contra os 29 investigados na Operação Caçamba. Desde fevereiro, a prefeitura passou a ser comandada pelo vice-prefeito, Adelmo Luiz Klosowski (PPS).