Trabalhadores de hospitais protestam contra prisão de atendente em Guarapuava

Guarapuava

Funcionários de dois hospitais de Guarapuava protestaram nesta terça (29). Atendente foi preso em flagrante pelo Gaeco suspeito de corrupção passiva....

Nesta terça-feira (29), funcionários de dois hospitais de Guarapuava, na região central do Paraná, fizeram uma manifestação contra a prisão de um atendente, que ocorreu na quinta-feira (24) no município. Os manifestantes saíram do Hospital Santa Tereza em direção ao Hospital São Vicente de Paulo carregando cartazes pedindo por Justiça. Em seguida, eles saíram do São Vicente e foram até a sede do Ministério Público do Paraná (MP-PR) na cidade.

A manifestação foi organizada porque, na quinta-feira, um funcionário do Hospital Santa Tereza foi preso por policiais do grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco) por corrupção passiva. Ele é suspeito de ter aceitado um cheque de R$ 300 para realizar a consulta de um bebê de seis meses que seria atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a mãe da criança, Eliane Ferreira Bento, primeiro foi ao Hospital São Vicente, que teria negado atendimento ao filho dela. Eles saíram do município de Pinhão, a 52 km de Guarapuava, para procurar por atendimento na cidade. “No São Vicente disseram que eles não iam internar, nem consultar. Então, mandaram para o Hospital Santa Tereza, e lá cobraram pela consulta dele, sendo que era pelo SUS”, contou a mãe.

Uma tia de Eliane entregou o cheque ao atendente do Santa Tereza, que foi preso em flagrante. Na ocasião, a funcionária do Hospital São Vicente suspeita de omitir atendimento também foi encaminhada à delegacia de Polícia Civil, mas foi liberada.

O provedor do Hospital São Vicente de Paulo, Rui Primak, diz que foi instituída uma comissão interna com os funcionários da recepção e da área médica para saber o que ocorreu neste dia. “Ela foi até Guarapuava em uma ambulância sem acompanhamento médico. Em nenhum momento o hospital negou atendimento. O que nós estávamos fazendo era atendendimentos via plantão do Pronto-Socorro. Nós tínhamos, naquele momento, a condição de atendê-la através do nosso Pronto-Socorro. Havia essa possibilidade, mas há a situação de que a família não queria que o atendimento fosse feito pelo Pronto-Socorro”, alegou o provedor.

Já o diretor geral do Hospital Santa Tereza, Eduardo Potulski, alegou que a tia do bebê insistiu em pagar pela consulta alegando que tinha combinado com o médico e, então, o funcionário aceitou o dinheiro para repassar ao médico.

Em nota, o MP-PR disse que instaurou um procedimento e solicitou documentos aos dois hospitais. Além de apurar criminalmente o ocorrido, o MP deve analisar o caso da área civil pra verificar se houve falta ético-disciplinar por parte dos profissionais de saúde e também dos hospitais. Sobre a manifestação desta terça-feira, o MP disse que os funcionários têm o direito de protestar.

A Polícia Civil informou que está investigando o caso e que já ouviu os dois funcionários e o médico que teria . A polícia afirmou que deve ouvir a promotora que acionou o Gaeco como testemunha.

A Prefeitura de Pinhão alegou que ofereceu tratamento em um hospital da cidade, mas a mãe teria afirmado er uma consulta particular em Guarapuava e, por isso, a prefeitura cedeu o transporte até o município.