Ônibus da Pérola do Oeste veiculam campanha do MPT contra trabalho infantil após acordo em Guarapuava

Guarapuava

Os ônibus do transporte coletivo de Guarapuava, na região central do Paraná, veiculam uma campanha do Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) contra o trabalho infantil até maio.

A medida faz com que a Pérola do Oeste pague uma indenização por dano moral coletivo. A empresa se defende e diz que houve fatos não levados em consideração.

Segundo o MPT-PR, foram fixados cartazes dentro dos 65 veículos da frota. Há revezamento das linhas que circulam com busdoor. Além da campanha no interior e no exterior dos veículos, mensagens contra o trabalho infantil foram fixadas nos terminais de maior movimento da cidade.

A campanha leva mensagens sobre a proibição do trabalho infantil, com foco no combate à informalidade, como venda de doces e limpeza de carros e semáforos. O MPT-PR acredita que as atividades se intensificam no período de férias escolares.

Dano moral coletivo
A indenização decorre de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pela procuradora do trabalho Cláudia Honório, ainda em 2014, com a Pérola do Oeste. O tema da campanha foi escolhido em comemoração ao Dia das Crianças, em outubro, mês em que o TAC foi assinado.

Conforme o MPT-PR, foram constatadas discrepâncias na remuneração dos motoristas. O tempo de serviço prestado à empresa antes de sua assinatura estava sendo desconsiderado pela empresa. Assim, eram instituídas faixas salariais prejudiciais a motoristas que já tinham vários anos de serviço.

O TAC também prevê o respeito aos acordos coletivos de trabalho, além da proibição de firmar cláusulas que desconsiderem o tempo de serviço prestado pelos funcionários e/ou instituir cláusulas com abusivo fator de diferenciação salarial.

Pérola do Oeste rebate
Segundo a empresa, até maio de 2012, a Pérola do Oeste tinha três pisos para motoristas. A partir da data, a categoria Intermediário foi extinta e restaram apenas as Junior e Pleno. Quem estava na primeira categoria, deveria mudar para a segunda após dois anos. Entretanto, por conta da mudança, eles avançaram de função e de salário antes.

O que ocorreu, conforme a empresa, foi que pelos menos seis motoristas venceriam antes o prazo, em maio de 2014, para passar a Pleno por conta do tempo que já tinham de firma. A situação desagradou parte deles. A empresa acredita que o erro foi o fato não ter ficado claro na convenção coletiva. A procuradora, de acordo com a Pérola do Oeste, não entendeu a situação e fez com que o TAC fosse firmado.