Comunidades de Prudentópolis reclamam de não terem água tratada

Prudentópolis

Mais de quinze comunidades rurais de Prudentópolis, na região central do Paraná, vivem sem água encanada.

Os moradores precisam buscar água no poço e nos rios próximos à localidade. Algumas famílias coletam água da chuva para conseguirem realizar as atividades básicas que precisam de água limpa. Os residentes da região rural do município estão revoltados, pois o projeto para levar água tratada às famílias foi feio há muito tempo e até agora o problema não foi resolvido.

A prefeitura fez uma parceria com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) para conseguir equipamentos para iniciar as obras de implantação da rede de abastecimento de água na região, e afirma aguardar a chegada dos materiais para conseguir finalizar o projeto. Além disso, a prefeitura diz que o Governo Federal liberou dinheiro para levar a rede de abastecimento de água as comunidade de Água Quente, Lageado, Vitorino, Barra das Canoas, Barra Vermelha e Taboão e que as obras devem começar em 2014.

Enquanto isso, as famílias precisam improvisar. A dona de casa, Valéria Soares da Silva, aproveita a água da chuva para lavar a roupa. Ela comprou uma máquina de lavar há dois anos, mas usou apenas uma vez. “Não têm pressão, não têm água. A água que nós temos não é suficiente”, explica. A água que a família de Valéria bebe vem do poço, que fica no quintal da residência.

O apicultor, Irineu Demczuk, desconfia da qualidade da água dos poços e até proibiu os filhos de comer a merenda da escola da comunidade de Rio D’Areia, que não também não recebe água tratada e encanada. Em 2007, Irineu pediu ao Instituto de Águas do Paraná (IAP) para que uma analisasse a água da escola. A análise constatou a contaminação por bactérias  nos três poços do colégio.

Já quem não tem água de poço, é preciso encontrar uma maneira de encontrar água em outro lugar. Alguns moradores buscam água no rio toda a semana. “Trazemos no galão e colocamos na caixa d’água da casa utilizando uma bomba”, explica o mecânico Adonilso Mehret.

Um poço construindo há mais de 15 anos para a rede de distribuição está lacrado até agora. Agora, a prefeitura aguarda a chegada dos materiais para concluir o trabalho. “Chegando o reservatório e a bomba, a gente vai dar continuidade a casinha de tratamento. Uma vez que essa cadinha já foi concluída e tivemos depredações nela”, afirma o secretário do Meio Ambiente, Marcelo Charnei.

O comerciante, Deldival Rocha, diz que não há previsão para a instalação do sistema de distribuição na casa dele. Ele já abriu três poços na propriedade e mesmo assim, ainda não tem água suficiente. “Aqui a média de 15 a 20 dias sem chuva eu já tenho que começar a furar poço de novo porque falta água. E como eu tenho comércio, eu tenho que comprar água para o comércio”, disse Rocha.

A Sanepar informou, em nota, que o processo para contratar conjunto de bomba está pronto e que agora aguarda que a casa de química e urbanização seja concluída para finalizar o restante do processo. A empresa também disse que já está fazendo o orçamento para adquirir o novo reservatório. Já a Prefeitura de Prudentópolis disse que a Vigilância sanitária faz análises para monitorar a qualidade da água e que os problemas encontrados já foram resolvidos.