Vereadores processam professoras que fizeram críticas em rede social

Noticias de Guarapuava

Um grupo de vereadores de Paranaguá, no litoral do Paraná, entrou na Justiça contra duas professoras e uma dona de casa em virtude de comentários e críticas que elas fizeram em rede social. Por trás do impasse está um requerimento apresentado na Câmara para que fossem divulgados o número de cargos comissionados na cidade, o nome e o salário das pessoas que os ocupam.

O pedido foi negado pela maioria dos parlamentares.

Eles tomam uma atitude dessa? Parece que tem uma lei da mordaça onde a gente não pode falar nada"
Greice Costa, professora

Descontentes com a negativa, diversos professores comentaram nas redes sociais.

Havia manifestação dizendo que os vereadores eram contra os professores, contra o bom ensino e contra os alunos.

“Daí, eles tomam uma atitude dessa? Parece que tem uma lei da mordaça onde a gente não pode falar nada, que a gente tem que se calar diante de certas coisas porque se não você é processado”, afirmou a professora Greice Costa, que é uma das citadas no processo movido pelos vereadores.

Quando há uma demanda que há duas opiniões divergentes, quem tira essa dúvida é o Judiciário. Nós estamos levando ao lugar certo"
Márcio Costa, vereador de Paranaguá

“Está acontecendo hoje comigo, mas amanhã pode acontecer com outro cidadão de Paranaguá que está expressando a sua opinião. Não é algo justo que está acontecendo conosco”, desabafou a professora Jaqueline Cordeiro Wágner.

O vereador Márcio Costa (PRP) que chegou a rebater algumas críticas na internet se defende.

“Quando há uma demanda que há duas opiniões divergentes, quem tira essa dúvida é o Judiciário. Nós estamos levando ao lugar certo (...) Nasci aqui e vivo aqui há 40 anos e por isso tenho que dá valor, acima de tudo, ao meu nome”, argumentou o vereador.

A professora Jaqueline diz que em momento algum houve o intuito de ofender a pessoa física dos vereadores. “Só o cargo deles que estamos cobrando, realmente, é o serviço deles”.

As manifestações não se restringiram às redes sociais. Após tomarem conhecimento do processo judicial, professores e eleitores foram à Câmara com faixas de protesto e faixas pretas na boca, simbolizando a impossibilidade de se manifestar.