A operação da Polícia Civil do Paraná deflagrada na manhã desta terça-feira (21) prendeu cinco pessoas suspeitas de envolvimento em fraudes de laudos que permitiram o pagamento indevido a uma construtora responsável por obras de escolas públicas. Também foram compridos nove mandados de busca e apreensão, de acordo com a Polícia Civil.
Os laudos falsos fizeram com que o governo do estado pagasse R$ 19 milhões à Valor Construtora.
A empresa ficou responsável pela construção de seis, das 18 obras previstas em um programa federal para a criação de novas vagas no ensino público.
Apesar de os relatórios apontarem que as obras estavam quase concluídas, ainda falta muito para que os colégios possam receber os estudantes. A verba federal era administrada pelo Governo do Paraná, que deveria tocar as obras.
Ao todo, sete pessoas são investigadas pela polícia, e em uma auditoria interna da Secretaria de Educação foi aberta.
Três engenheiros chegaram a confessar a assinatura dos laudos, sem a realização da vistoria sobre o andamento das obras. Os servidores envolvidos no caso foram afastados das atividades.
Sobre as denúncias o advogado Claudio Dalledone Junior, que representa a construtura, negou as irregularidades. Assim que as suspeitas se tornaram pública, ele afirmou que a empresa é séria.
Caminhos do esquema
Conforme as investigações do Ministério Público e da Polícia Civil, o esquema funcionava a partir da fraude de relatórios produzidos por engenheiros subordinados ao chefe de fiscalização e obras da Secretaria de Educação.
Em muitos casos, os fiscais assinavam relatórios de andamento das obras sem nunca terem ido aos locais onde elas ocorriam. Com isso, a Valor Construtora recebia pelos serviços, ainda que nunca os tivesse prestado.
A fraude, segundo a polícia também alterava o organograma para que os pagamentos fossem realizados.