O pecuarista José Carlos Bumlai negou qualquer participação no esquema de desvios de dinheiro da Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato. Preso desde o dia 24 de novembro, quando foi deflagrada a 21ª fase dos trabalhos, ele prestou depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (30).
Bumlai é suspeito de ter usado um empréstimo bancário no Banco Schain, em 2004, para ajudar o Partido dos Trabalhadores (PT) a pagar uma dívida de campanha do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Segundo Salim Schain, um dos donos do banco, cujo grupo a que pertence também atua na área de energia, o pecuarista pegou R$ 12 milhões e nunca pagou.
Além de Schain, outros dois delatores contaram a mesma história aos procuradores que investigam os casos de desvios na Petrobras. Segundo o banqueiro, o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ligou para o banco e ajudou o grupo a fechar o aluguel de um navio-sonda para a Petrobras, o Vitória 10.000. O contrato rendeu mais de R$ 1,6 bilhão ao grupo que controla o banco.
O ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, haviam contado parte dessas informações. Segundo Baiano, José Carlos Bumlai usou o nome do ex-presidente Lula e do então presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli para dar credibilidade ao negócio. O pecuarista é conhecido pela amizade que mantém com Lula.
Segundo a advogada Daniela Meggiolaro, que representa Bumlai, o cliente respondeu a poucas perguntas dos policiais. "Ele prestou um depoimento bem curto, restrito às acusações que conta, que funtamentaram o decreto prisional. Então, é realmente muito preliminar, eu acredito que outros depoimentos virão com o tempo", disse.
No termo de declarações, disponível na página da Justiça Federal, consta que Bumlai informou não saber o motivo de nunca ter sido cobrado pelo Banco Schain pelo empréstimo. Ele disse que pediu o dinheiro para usar como entrada para a compra de uma propriedade rural. Também negou conhecer Salim Schain e que tenha pedido o empréstimo para repassar ao PT.
Reconheceu, no entanto, que conhece Fernando Baiano. Disse que procurou o lobista para tentar negociar a quitação da dívida junto ao Banco Schain, usando a transferência de uma fazenda para a entidade, como forma de pagamento. Bumlai afirmou que nunca tratou com Baiano sobre negócios envolvendo a Petrobras.
Quanto á amizade com Lula, Bumlai reconheceu que tem proximidade com o ex-presidente, por ter feito projetos de reforma agrária para o governo eleito em 2002. Contudo, negou que Lula tenha visitado qualquer uma das fazendas dele ou mesmo os apartamentos que mantém no Rio de Janeiro.
envolvimento ABERTURA
DELATORES da lava jato citaram O NOME DO PECUARISTA por ENVOLVIMENTO NO ESQUEMA DE FRAUDES EM LICITAÇÕES DA PETROBRAS/
O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL AFIRMA QUE BUMLAI é SUSPEITO DE TER PARTICIPADO DE UMA OPERAÇÃO FRAUDULENTA EM QUE UM CONTRATO DA PETROBRAS ACABOU SALDANDO UMA DÍVIDA DO PT./
BUNLAI É AMIGO DO EX-PRESIDENTE LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA, DO PT./
SEGUNDO O JUIZ SÉRGIO MORO, NÃO HÁ PROVA DE ENVOLVIMENTO DE LULA COM ATOS ILÍCITOS./
NA SAÍDA DO DEPOIMENTO, A ADVOGADA DO PECUARISTA DISSE QUE ELE RESPONDEU A ALGUMAS PERGUNTAS DOS DELEGADOS, MAS NEGOU AS ACUSAÇÕES/
FALA ADVOGADA ???
"ele prestou um depoimento bem curto, restrito as acusações que constam, que fundamentaram o decreto prisional. Então é realmente muito preliminar, eu acredito que outros depoimentos virão com o tempo."
ENCERRAMENTO
AMANHÃ JOSÉ CARLOS BUMLAI DEVE SER INTERROGADO NA CPI DO BNDES, EM BRASÍLIA. MAS A DEFESA JÁ ADIANTOU QUE O PECUARISTA FICARÁ CALADO.