Juiz marca interrogatórios de executivos da Odebrecht na Lava Jato

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Marcelo Odebrecht, presidente da construtora Odebrecht e réu na Operação Lava Jato, sorri durante sessão da CPI da Petrobras em Curitiba. Ele se recusou a falar sobre o processo judicial e negou a possibilidade de assinar acordo de delação premiada (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)Marcelo Odebrecht será ouvido pelo juiz Sérgio
Moro (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)

O juiz federal Sérgio Moto marcou nesta sexta-feira (9) os interrogatórios dos réus de processo que investiga irregularidades em contratos envolvendo a Odebrecht e a Petrobras.

Os interrogatórios dos acusados precedem as alegações finais das partes no andamento do processo.

A Odebrecht é suspeita de participar do chamado clube das empreiteiras, que se organizavam para fraudar contratos com a Petrobras, de acordo com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. Segundo MPF, a Odebrecht tinha um esquema "sofisticado" de corrupção ligada à estatal, envolvendo pagamento de propina a diretores  da Petrobras por meio de contas bancárias no exterior. A empresa nega.

Atualmente, o processo está em fase de audiências em que são ouvidas testemunhas arroladas pelas defesas dos acusados. A última audiência está marcada para a manhã do dia 21 de outubro, mesma data de início dos interrogatórios, quando serão ouvidos o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Veja as datas dos interrogatórios:
- Alberto Youssef – 21/10
- Paulo Roberto Costa – 21/10
- Pedro Barusco – 22/10
- Celso Araripe – 28/10
- Eduardo de Oliveira – 28/10
- Renato Duque – 28/10
- Marcio Faria – 28/10
- Rogério Araújo – 28/10
- Marcelo Odebrecht – 28/10
- Alexandrino Alencar – 29/10
- César Ramos – 29/10
- Paulo Boghossian – 29/10

Após os interrogatórios, as defesas ou a acusação podem solicitar diligências complementares, que serão analisadas pelo juiz Sergio Moro. Após essa análise, Moro deve determinar os prazos de alegações finais, que é a última fase antes da sentença.

Lavagem de dinheiro
Para o MPF, a Odebrecht montou uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro. Com isso, a companhia pôde pagar propinas a executivos da Petrobras para fechar contratos com a estatal.

As denúncias partiram de depoimentos de ex-funcionários da Petrobras, como o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, que firmou um acordo de delação premiada com a Justiça e detalhou o funcionamento do esquema.

A Odebrecht é uma entre as várias empresas investigadas no âmbito da Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014 e que tem apurado desvios de dinheiro da Petrobras.

A 14ª fase da operação, deflagrada em junho deste ano, culminou na prisão de Marcelo Odebrecht e de outros executivos ligados à empresa.

Esquemas
Um dos esquemas envolvendo a Odebrecht ocorreu na construção do Centro Administrativo da Petrobras em Vitória, no Espírito Santo, segundo o MPF. Outro caso investigado envolveu a Braskem, empresa do grupo Odebrecht, em um contrato com a Petrobras para compra de nafta, que teria dado um prejuízo de R$ 6 bilhões à estatal petroleira.

Nesta transação, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa teria recebido propinas de R$ 5 milhões por ano e passado parte do dinheiro para o ex-deputado José Janene (PP), já falecido, e depois ao próprio Partido Progressista, afirmou o procurador.