Diretor afastado da Eletronuclear é levado ao PR após ser preso no RJ

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O diretor-presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso nesta terça-feira (28) na 16ª fase da Operação Lava Jato, deixou o Rio por volta das 17h50 rumo ao Paraná. Ele embarcou no Aeroporto Santos Dumont, na Zona Sul, após ser preso em casa, pela manhã.

Othon será levado para a Superintência da PF em Curitiba, sede da Lava Jato.

Ele é acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina, segundo o Ministério Público Federal.

Diretor-presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, foi afastado do cargo em abril deste ano, quando surgiram denúncias de pagamento de propina a dirigentes da empresa, que é uma subsidiária da Eletrobras.

O outro detido é Flávio David Barra, executivo da Andrade Gutierrez. Ele foi preso no Rio de Janeiro. A Andrade Gutierrez afirma, em nota, que está acompanhando a 16ª fase da Lava Jato e que sempre esteve à disposição da Justiça. "Seus advogados estão analisando os termos desta ação da Polícia Federal para se pronunciar", diz o texto.

Moro solicita bloqueio
Após o início da 16ª fase da Operação Lava-Jato, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, solicitou o bloqueio de R$ 60 milhões dos presos na 16ª fase da operação, que foi deflagrada nesta terça-feira (28).

A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado.

A PF cumpre ainda 23 mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. O procurador do MPF disse que os 5 mandados de condução coercitiva são para executivos de empreiteiras envolvidos no esquema.

Contratos com Eletronuclear
O objetivo é apurar os contratos firmados por empresas já mencionadas na Operação Lava Jato com a Eletronuclear, cujo controle acionário é da União. A empresa foi criada em 1997 para operar e construir usinas termonucleares e responde hoje pela geração de cerca de 3% da energia elétrica consumida no país.

Ainda de acordo com a PF, a formação de cartel, o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3 e o pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da estatal são os objetos de apuração da atual fase.

Angra 3 será a terceira usina nuclear do país e está em construção na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Ela terá potência de 1.405 megawatts (MW) e gerará energia suficiente para abastecer Brasília e Belo Horizonte por um ano.

15ª fase
A 15ª etapa da operação foi batizada de Conexão Mônaco e prendeu ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada. Ele está detido na carceragem da Superintendência da PF, em Curitiba. Quatro mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.

A fase teve como foco o recebimento de vantagens ilícitas na diretoria da Petrobras. De acordo com a PF e o Ministério Público Federal (MPF), Zelada fez transferências bancárias para a China e para Mônaco. Foram € 11 milhões para Mônaco e outro US$ 1 milhão para a China. O dinheiro em Mônaco já estava bloqueado desde março deste ano.

O ex-diretor é suspeito de envolvimento no esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. Segundo o MPF, ele atuou no esquema desde quando atuava na gerência da empresa, quando na diretoria da área internacional.

Zelada foi sucessor de Nestor Cerveró – já condenado a cinco anos de prisão  pelo crime de lavagem de dinheiro – no cargo e atuou entre 2008 e 2012 na estatal.

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