Duas freiras são indiciadas por crime de tortura em crianças no Paraná

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Duas freiras foram indiciadas por crime de tortura em crianças pela Polícia Civil de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná.

As religiosas trabalhavam na instituição Francisclara, que abriga crianças de até 12 anos retiradas da família pela Justiça. Segundo o delegado Marcus Sebastião, em 2011, funcionários denunciaram que as irmãs cometiam maus tratos com as crianças. O inquérito foi concluído na segunda-feira (9). Todas as freiras da instituição pertencem à Congregação das Irmãs Franciscanas Estigmatinas.

Durante os dois anos de investigação, cerca de 40 pessoas prestaram depoimentos sobre o caso. A polícia também conseguiu fotos que comprovam as torturas. “Concluímos que uma das irmãs praticava a tortura e a outra tinha conhecimento dos maus-trtos, mas se omitiu diante dos fatos”, revela.

Por meio da investigação, o delegado ainda descobriu que, quando a instituição recebia visitas, as crianças eram proibidas de falarem sobre os maus-tratos. “Ela as vestia com roupas bonitinhas e fazia tudo parecer perfeito diante dos olhos da visita”, comenta.O inquérito aponta que a religiosa colocava pimenta na boca das crianças, batia em quem não quisesse comer, fazia os abrigados comerem o alimento que, por ventura, caía no chão e trancava-os no quarto por alguns dias. Para Sebastião, “a irmã fazia terrorismo com as crianças”.

Com a conclusão do inquérito, o processo segue para o Ministério Público (MP) e para o Poder Judiciário. “Quem vai definir o resultado é a Justiça. Na minha opinião, como delegado, o crime de tortura está bem claro”, afirma. Segundo ele, a irmã que praticava o crime pode receber uma pena de dois a oito anos de prisão, com possibilidade de aumentar por ser crime contra criança. Já a outra religiosa pode responder pelo crime de omissão e pegar de um a quatro anos de detenção.

A instituição Francisclara, que é privada, informou que as duas freiras foram transferidas para outras entidades por ordem da Madre da congregação. Segundo a instituição, a transferência não possui relação com o processo policial aberto em 2011. A mudança ocorre de tempos em tempos para suprir a necessidade de outras entidades, já que a congregação conta com poucas religiosas. Atualmente, a Francisclara abriga 26 crianças. A Francisclara afirmou ainda que irá procurar o advogado responsável para receber orintações sobre o caso, pois não podem responder pelas irmãs.