Opção por meio só com volantes não dá certo, e meias decidem para o Flu

Nacional


Felipe e Wagner saíram do banco para tornar Fluminense mais ofensivo...

O técnico Vanderlei Luxemburgo tentou fazer uma coisa diferente e inusitada no último sábado, quando o Fluminense venceu o Náutico por 1 a 0 na Arena Pernambuco. Apesar de contar com dois meias - Felipe e Wagner - na delegação, ele optou por entrar em campo apenas com três volantes no setor e três atacantes na linha de frente. A tática surpreendeu a todos, mas não deu certo em campo. Tanto que na segunda etapa ele colocou os dois meias em campo e o time melhorou, construindo inclusive a vitória.

Com um triângulo no meio-campo com Willian responsável pela a marcação ao meia Tiago Real, do Náutico, coube a Diguinho e Jean fazer a aproximação com os atacantes Fred, Kennedy e Rafael Sóbis. A princípio, se imaginou que a função seria apenas de Jean, mas quando a bola rolou o que se viu foi um Diguinho muito mais solto na armação.

Os números mostram que Diguinho se arriscou mais ao ataque. Nos 45 minutos que os dois passaram juntos em campo - Jean foi substituído no intervalo -, o camisa 8 teve uma participação muito mais efetiva com 26 passes contra apenas 12 do companheiro. No entanto, os passes não foram efetivos e os atacantes tricolores sequer conseguiram chutar a bola em direção ao gol de Ricardo Berna. As únicas finalizações do Flu na primeira etapa foram com o próprio Diguinho e com o zagueiro Leandro Euzébio.

Diguinho foi o volante que mais se soltou no primeiro tempo (Foto: Bruno Haddad / Fluminense F.C.)

Para o segundo tempo, vendo que a sua nova tática não estava dando certo, o técnico Vanderlei Luxemburgo resolveu colocar os dois meias em campo. Para isso, sacou Jean e Kennedy abrindo mão dos três volantes e dos três atacantes.

- Fiz isso (não usar os meias desde o começo) por conta do equilíbrio físico. Na quarta-feira nós jogamos às 22h e Felipe não aguentaria o jogo todo hoje. Deixei ele para o segundo tempo e a opção com três atacantes era para incomodá-los no começo. No segundo tempo entraria com jogadores mais técnicos para sair com a bola.

A estratégia de Luxemburgo, que a princípio parecia equivocada, saiu conforme o planejado. Com Felipe e Wagner em campo, a equipe carioca aumentou ainda mais a posse de bola e conseguiu mudar a história do jogo. O número de finalizações foi só um pouco maior (três), mas todas foram de jogadores ofensivos. Wagner tentou de fora da área, Fred deu uma cabeçada por cima e no final o atacante Samuel, que também saiu do banco de reservas, conseguiu estufar a rede do Náutico com um belo gol.

Pelo que deu a entender, a tática sem nenhum meia de origem foi apenas para o jogo contra o Náutico e pelas circunstâncias que envolveram a partida, como o pouco tempo de preparação e a viagem longa e cansativa para o Recife. O fato de a equipe ter mudado a forma de jogar com os meias também leva a crer que o técnico Vanderlei Luxemburgo não queira mais abrir mão dos meias daqui para a frente.

Autor: João M. Nunes de Camargo