Unicentro produz álcool gel com produtos presos pela Policia Federal em Guarapuava

Guarapuava

Mercadorias ilegais apreendidas pela Receita Federal estão sendo usadas como material de pesquisa em algumas universidades estaduais do Paraná. A parceria entre o órgão e as universidades permite a fabricação de produtos, como álcool em gel e biocombustível, que são doados para instituições públicas ou usados pela própria universidade.

A Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) produz álcool em gel com as bebidas alcoólicas que foram apreendidas pela Receita Federal de Ponta Grossa. Cada mil litros de bebida alcoólica geram 200 litros de etanol. Em maio de 2013, a universidade doou cerca de uma tonelada do produto de higiene à Secretaria de Educação de Guarapuava. O material foi distribuído em escolas municipais, centros municipais de Educação Infantil e em escolas de Educação de Jovens e Adultos, beneficiando aproximadamente 17 mil alunos.

Segundo o delegado da Receita Federal de Ponta Grossa, Gustavo Horn, o projeto permite que os produtos ilegais – muitas vezes impróprios para o consumo – ajudem na economia e tenham uma destinação adequada e ecológica. Pelo projeto, as embalagens plásticas e as garrafas de vidro são enviadas para cooperativas de reciclagem. Para Horn, o projeto livra a Receita Federal do custo com a destruição da bebida e toda a sociedade do custo ecológico que isto representa.

O óleo extraído da semente de soja, após ser separado da glicerina, vira um biocombustível que pode substituir o diesel e ser utilizado em automóveis. O combustível fabricado pela Unioeste é utilizado para manter o motor da piscina térmica da universidade. A farinha é distribuída para criadores de bovinos da região, que em troca, fornecem leite e carne para a instituição.Na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), grãos de soja apreendidos pela Receita são usados como biocombustível. Alunos de Engenharia Agrícola e pós-graduandos em Energia de Agricultura são os responsáveis pelo processo que transforma o grão em óleo ou farinha.

A agricultura também está na base do projeto desenvolvido na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Neste caso, cigarros apreendidos são usados nas pesquisas dos alunos do mestrado desde 2012. O objetivo é conseguir utilizar o tabaco como fertilizante.  Porém, os pesquisadores já comprovaram a falta de qualidade dos cigarros ilegais. Insetos, areia, terra, pelos, plásticos e fungos foram encontrados no produto.