Os preços das verduras e legumes vendidos na Feira do Produtor em Maringá tiveram alta de até 153% desde o começo do ano. O tomate, por exemplo, que até o mês passado era encontrado a R$ 1,50 o quilo, foi vendido na última quarta-feira a R$ 3,80.
Já o maço da alface americana ou crespa passou de R$ 1 para R$ 2 ou R$ 2,50, no caso do produto orgânico.
Os preços da Feira do Produtor não se diferem muito do restante do mercado. E para os feirantes, o clima, juntamente com o preço dos insumos, é o principal responsável por essas altas. "O custo da produção ficou mais alto e a chuva atrapalha. Se você planta 3 mil pés de alface, com esse tempo colhe 1,5 mil a 2 mil, há muita perda", explica o produtor José Selson Tarozo.
O presidente da Associação dos Feirantes, José Márcio Franciscato, reforça que a chuva interferiu nos preços. "O aumento do preço foi por causa das chuvas, alguns subiram até 100%, como a alface orgânica, por exemplo, mas logo o preço baixa de novo porque é uma verdura de ciclo curto", observa.
Já o tomate, segundo ele, tem o ciclo mais longo, demora mais para ser colhido e a oferta é menor no mercado. "Neste caso, acredito que os preços voltem a cair depois da Páscoa", diz, acrescentando que o aumento de preços ocorre em todo o comércio, não apenas nas feiras de hortifrutigranjeiros.
"E quando algum comerciante vende a preços mais baixos, a qualidade também é inferior. Se está ruim para nós, lá fora (da feira) está pior ainda porque a falta de oferta é a mesma". Ao consumidor, o conselho é para que procure produtos da época e substituam os mais caros.
Sazonalidade
O engenheiro agrônomo da Emater e um dos organizadores da Feira do Produtor, Jorge Ogassawara, lembra que todos os anos a produção cai nos meses de janeiro a março. "É um período de calor intenso que afeta principalmente as hortaliças. E neste ano, houve um agravante, a chuva que não ocorreu apenas na nossa região mas em todo o sul do País."
Ele explica que o tomate e a alface são os produtos mais procurados, por isso o consumidor sente mais o aumento do preço. "Mas todas as verduras tiveram aumento. No caso do tomate, a queda na produção foi expressiva."
O engenheiro cita outro motivo para a alta nos preços: os insumos usados no plantio ficaram mais caros, especialmente o adubo. "A ureia, que é usada como adubo, está mais cara porque é um produto derivado do petróleo. O combustível também aumentou e fica mais caro para transportar".
Mas Ogassawara ressalta uma peculiaridade do setor: os preços oscilam bastante de uma semana para outra, dependendo da concorrência entre os próprios feirantes. "Precisamos nos habituar a comprar produtos da época, que ficam mais em conta", aconselha.
Entre os hortifrúti, a batata é uma das exceções. Segundo o engenheiro, há grande oferta do produto no mercado e o preço para o consumidor caiu.
Ceasa
No atacado, os preços de hortifrutigranjeiros no Ceasa tiveram um acréscimo menor, entre 20% e 25%, neste mês. O encarregado do setor técnico, Paulo Vilas Boas, diz que alguns produtos como tomate e alface tiveram alta porque são trazidos de Minas Gerais e São Paulo.
"O custo do frete aumenta", explica citando alguns exemplos, como a caixa com 21 quilos de tomate que, até o mês passado custava de R$ 28 a R$ 30 e hoje custa a partir de R$ 35. A caixa com 18 pés de alface custava R$ 12 e agora custa R$ 15 e ainda é preciso colocar 24 pés, pois o excesso de chuva reduz o tamanho da planta.
Seu bolso
Preços praticados na Feira do Produtor, na última quarta-feira:
Alface americana ou crespa - R$ 1,50 a R$ 2,00
Couve - R$ 2,00
Almeirão - R$ 1,50
Rúcula - R$ 1,50
Quiabo - R$ 2,00 a R$ 3,00
Brócolis - R$ 3,50
Limão - R$ 1,00
Repolho manteiga - R$ 2,00
Agrião (hidropônico) - R$ 2,00
Chicória - R$ 2,00
Chuchu - R$ 1,50
Salsa ou cebolinha (maço) - R$ 0,68
Limão taiti - R$ 1,00
Mandioca - R$ 2,00
Vagem - R$ 2,00
Abobrinha - R$ 1,90
Obs: os preços estavam em exposição nas bancas.
Odiario Maringá