O ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho entregou na tarde desta segunda-feira (25) o passaporte ao cartório judicial da Segunda Vara do Tribunal do Júri de Curitiba. A Justiça determinou, na semana passada, que Carli Filho estava impedido de deixar o país até a conclusão do processo no qual ele é acusado de duplo homicídio com dolo eventual.
Em despacho assinado pelo relator do caso, Naor Rotoli de Macedo Neto, a Justiça entendeu que uma eventual “fuga do acusado do país tornaria a aplicação da lei penal brasileira praticamente impossível, causando forte sentimento de impunidade e de inutilidade do sistema penal”. A solicitação foi feita por Elias Mattar Assad, advogado da família de um dos jovens que morreu no acidente com o deputado. A acusação também pediu que o direito do réu dirigir fosse suspenso e que ele fosse impedido de mudar de residência sem comunicar o juiz. Os dois pedidos foram negados pela Justiça.
Para Assad, o fato de o réu ser detentor de poder econômico e político pesam sobre a decisão de impedir que Carli Filho deixe o Brasil.
Carli Filho é acusado de duplo homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de produzir o resultado. Ele se envolveu em um acidente de trânsito, em maio de 2009, que vitimou os jovens Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida.
Acidente
O acidente aconteceu no dia 7 de maio de 2009, entre meia-noite e 1 hora da manhã, quando os semáforos estavam apenas com o sinal amarelo de alerta piscando. Uma testemunha que viu o carro de Carli Filho bater relatou no processo que o carro dos dois jovens que morreram entrou em baixa velocidade na avenida. O carro de Carli estaria a 167 quilômetros por hora.