Testemunhas confirmam pagamento às empresas dos irmãos Vargas

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Ex-deputado André Vargas saindo da PF. Ele será levado para uma penitenciária da Região de Curitiba. (Foto: Dulcineia Novaes / RPC)Ex-deputado André Vargas foi preso na 11ª fase da
Lava Jato (Foto: Dulcineia Novaes / RPC)

Testemunhas de acusação, que prestaram depoimento nesta quarta-feira (19), na Justiça Federal, em Curitiba, confirmaram que fizeram pagamentos para as empresas Limiar Consultoria e Assessoria e LSI Soluções em Serviços Empresariais, controladas por André Vargas e os irmãos, Leon e Milton Vargas.

Os três são réus na ação penal envolvendo contratos de publicidade firmados entre a Caixa Econômica Federal, o Ministério da Saúde e a agência de publicidade Borghi Lowe.

André, Leon e Milton Vargas e o publicitário Ricardo Hoffmann, diretor da filial de Brasília da Borghi Lowe, respondem pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. As irregularidades se tornaram pública com a deflagração da 11ª fase da Operação Lava Jato.

O ex-deputado está preso no Complexo Médico-Penal, na Região Metropolitana de Curitiba, e Ricardo Hoffmann está na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense. Leon Vargas chegou a ser preso, contudo, foi liberado após o fim do prazo da prisão temporária. Milton Vargas não chegou a ser preso.

Conforme as testemunhas, as produtoras pagavam à Borghi Lowe o chamado “bônus de volume”, que consiste em uma comissão pelo trabalho recebido. A prática é considerada de praxe no mercado publicitário.

Entretanto, no caso investigado, o valor não era repassado à agência, mas às empresas LSI e Limiar.

"Acreditávamos que estávamos fazendo um pagamento para a Borghi e Lowe, como é de praxe no nosso mercado", disse Hugo Prata Filho, cineasta, dono da empresa Zulu Filmes.

A publicitária Silvia Neves Sivieri, da empresa Sagaz Digital Produção de Vídeo, disse que quem orientou para que o bônus de volume fosse pago em nome da LSI e Limiar foi Ricardo Hoffmann. A mesma informação também foi dita por outros depoentes.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), o bônus de volume envolvendo as empresas da família Vargas foi de 10%.

As investigações, afirmam os procuradores, comprovaram que tanto a Limiar como a LSI eram empresas “de fachada”, que só funcionavam para receber as vantagens indevidas prometidas ao ex-deputado pela influência na obtenção dos contratos de publicidade.