Estudo aponta irregularidades no transporte público de Guarapuava

Entre os problemas apontados estão no gerenciamento de despesas e nos registros dos giros de catracas. Segundo um dos membros da comissão, Denny Willian, o valor da tarifa aplicado atualmente na cidade não é um preço justo e que condiz com a realidade do serviço. “Certas manobras de natureza contábil que envolvam custo, gerenciamento de despesas e também cursos. Elas podem estar sendo utilizadas de forma que nós tenhamos uma dificuldade de garantir que o valor hoje aplicado á tarifa de ônibus na cidade seja o valor real, concreto e justo”, explicou. Além disso, Willian revelou que, como a Pérola do Oeste realiza outras atividades que não são de concessão pública, os recursos estariam sendo gerenciados de um setor para o outro e que isso poderia servir de justificativa para o aumento no preço da tarifa. A comissão também questiona os registros dos giros de catraca. Conforme o relatório, em março de 2010 foram registrados 40% menos usuários do que em fevereiro do mesmo ano, sendo que o mês de março é um período em que as aulas escolares já foram retomadas e, por isso, a tendência é que o número de usuários aumente. Também em 2010, em maio foi registrado um aumento de 76% em relação a abril. A comissão explica que o Terminal da Fonte tem usuários com rotinas diárias e que estes números não poderiam ser tão diferentes de um mês para o outro. saiba mais MP investiga suposto favorecimento a empresas de ônibus no DF e PR Câmara Municipal de Guarapuava discute transporte público da cidade Comissão discute implantação do passe livre em Guarapuava, no PR Justiça determina bloqueio de bens de ex-prefeito de Guarapuava “Nós temos indícios muito consistentes de descontrole na aferição das catracas e que também podem estar ocasionando com que o valor da tarifa seja também elevado. Nós temos a informação também, a partir da empresa, que tem nos levado a mais dúvidas do que realmente a esclarecimentos na forma como esse cálculo é feito”, afirmou Willian. A Pérola do Oeste informou, em nota, que contesta a acusação de que haveria distorções na contagem das catracas. Conforme a empresa, o sistema é fiscalizado semanalmente pela prefeitura e funciona de acordo com a legislação municipal. O relatório só será divulgado oficialmente na próxima semana e será apresentado aos vereadores na Câmara de Vereadores de Guarapuava. A intenção do grupo de estudos é marcar uma audiência pública para que a população tome conhecimento do resultado. MP-PR investiga empresa Enquanto o grupo estuda os relatórios cedidos pela Pérola do Oeste, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) aguarda o Tribunal de Justiça decidir sobre as ações a respeito de irregularidades na licitação do transporte público da cidade. A promotora Leandra Flores explicou que a investigação foi feita com base em documentos e análises da auditoria no MP. “Na segunda etapa, que é fase judicial, os réus também têm a possibilidade de produzir provas e o MP, se entender necessário, produzirá também novas provas como a juntada de documentos e talvez até a análise pericial”, esclareceu.