Depoimentos de presos temporários da 14ª fase da Lava Jato são adiados

Noticias de Guarapuava

Os depoimentos dos quatro presos temporários da 14ª fase da Operação Lava Jato, que estavam previstos para a tarde deste sábado (20), foram reagendados para segunda-feira (22). Segundo a Polícia Federal (PF), houve atraso na volta de policiais que cumpriam mandados em outros estados. O prazo da prisão temporária dos suspeitos de atuar no esquema de corrupção na Petrobras vence na terça (23), e pode ser prorrogado por mais cinco dias.

Do total de 12 presos, quatro estão em caráter temporário e os demais em caráter preventivo – sem prazo para expirar. Seriam ouvidos neste sábado Alexandrino de Salles eCristiana Maria da Silva Jorge, ligados à Odebrecht, além de Antônio Pedro Campelo de Souza e Flávio Lucio Magalhães, ligados à Andrade Gutierrez.

Mais cedo, todos os presos desta etapa da operação foram levados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito. O procedimento é de praxe sempre que alguém é preso pela polícia. Eles ficaram no IML por cerca de duas horas.

Habeas Corpus
Também neste sábado, o presidente da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, e o diretor-executivo da empreiteira Elton Negrão apresentaram ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pedidos de liberdade. A solicitação de habeas corpus será analisada pelo relator do caso no tribunal, desembargador João Pedro Gebran Neto. Não há previsão de quando o magistrado apreciará os pedidos.

14ª fase
As empreiteiras alvo desta fase da Lava Jato foram a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as empresas tinham esquema "sofisticado" de corrupção ligado à Petrobras, com depósitos no exterior.

O delegado Igor Romário de Paula afirmou que há indícios bem concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.

Confira a lista dos presos de cada empresa que foram presos nesta fase:

Odebrecht
-Marcelo Odebrecht, presidente, prisão preventiva
-João Antônio Bernardes, ex diretor, prisão preventiva
-Alexandrino de Salles, prisão temporária
-Cristiana Maria da Silva Jorge, consultora, prisão temporária
-Márcio Faria da Silva, prisão preventiva
-Rogério Santos de Araújo, prisão preventiva
-César Ramos Rocha, prisão preventiva

Andrade Gutierrez
-Otávio Marques de Azevedo, presidente, prisão preventiva
-Antônio no Pedro Campelo de Souza, prisão temporária
-Flávio Lucio Magalhães, prisão temporária
-Elton Negrão, prisão preventiva
- Paulo Roberto Dalmazzo, prisão preventiva

O avião da Polícia Federal com 11 dos investigados pousou em Curitiba por volta das 19h40 de sexta-feira (19). Dali, eles seguiram para a Superintendência da PF, onde estão detidos. O 12º preso, Paulo Roberto Dalmazzo, ex-executivo da Andrade Gutierrez, se entregou na Superintendência da PF, acompanhado do advogado.

A operação ainda cumpriu 38 mandados de busca e apreensão e 9 de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.

Presos chegaram ao IML por volta das 10h deste sábado (20) (Foto: Marco Torquato / RPC)Presos chegaram ao IML por volta das 10h deste sábado (20) (Foto: Marco Torquato / RPC)

O que as empresas dizem
Em nota, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) confirmou a operação da Polícia Federal em seus escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Da mesma forma, alguns mandados de prisão e condução coercitiva foram emitidos.

"Como é de conhecimento público, a CNO entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", diz a nota.

Também por meio de nota, a construtora Andrade Gutierrez informou que está acompanhando o andamento da 14ª fase da Operação Lava Jato e prestando todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento.

"A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes", diz a nota.