Perfil em rede social incita jovens a realizarem cortes no corpo, diz polícia

Últimas Noticias

A Polícia Civil investiga um perfil do Facebook que estaria instigando adolescentes a se cortarem usando lâminas.

O caso ocorreu em Tamboara, na região noroeste do Paraná. Segundo o delegado Gustavo Bianchi, dez adolescentes de 13 anos fizeram cortes nas pernas e um rapaz de 20 anos teria cortado os pulsos por influência do perfil. “Essa pessoa induz esses adolescentes a se automutilar para que eles sejam adicionados à página e assim serem amigos”, explica Biachi.

De acordo com a polícia civil, o caso começou a ser investigado há uma semana depois que a Polícia Militar (PM) atendeu a uma ocorrência de tentativa de suicídio. Um rapaz de 20 anos confessou para uma pessoa da família que foi motivado por esse perfil. Para ajudá-lo, esse parente pediu ajuda na escola, que decidiu alertar a polícia civil. O delegado Bianchi completa que um dos adolescentes começou a seguir a página e compartilhou o perfil com os amigos que também o adicionaram.

As primeiras investigações da polícia apontam que esses jovens só seriam aceitos se realizassem um desafio imposto pelo autor da página. “Esse perfil, que parece ser de uma mulher, pede que a pessoa que a adicionou cumpra uma tarefa, que normalmente é para cortar alguma parte do corpo, e depois mande uma foto comprovando a mutilação”, detalha o escrivão da Delegacia de Tamboara, Gilmar Alves dos Santos. “A foto é o passaporte para ser aceito e resultado do desafio que foi lançado”, acrescenta.

Conforme Bianchi, os dez adolescentes e as famílias estão sendo ouvidos para tentar identificar a pessoa que está por trás desse perfil. “Esses jovens vão passar por exame de corpo de delito e até o final da próxima semana vamos reunir todos os depoimentos no inquérito policial”, aponta o delegado. "Nós queremos descobrir quem é o autor desse perfil e que está causando todos esses problemas", conclui.

A polícia também vai solicitar ao Judiciário que acione a empresa responsável pela rede social para que ela possa repassar informações da pessoa que criou o perfil. “Se nós chegarmos ao autor, podemos pedir a prisão dele, pois pelo o que já apuramos é uma incitação clara ao suicídio”, declara Gilmar dos Santos. O Conselho Tutelar também acompanha as investigações.