“Morte” do Flash dá ainda mais força ao HTML5

Tecnologia

A maioria das coisas que você vê nas páginas em que frequenta na internet foi criada em HTML, a linguagem de programação que transforma códigos de texto em um site navegável. Desde a última atualização do HTML, em 1999, quando foi lançada a versão 4.0.1, essa linguagem se limita a apresentar textos e imagens estáticas.

Outras tecnologias foram criadas para permitir que os navegadores ro­­dassem conteúdo mais rico, co­­mo vídeos e áudios. Entre as prin­­cipais delas, o Flash, da Ado­­be, se tornou praticamente onipresente nos computadores de qualquer pessoa que usa a internet. Agora, uma grande transformação está prestes a mudar esse cenário que movimenta os bastidores da web.

Em grande parte isso vai ocorrer graças à nova atualização do HTML, a versão 5, que será lan­­çada oficialmente no início de 2012. O HTML5 virá com suporte para rodar conteúdo rico (multimídia), eliminando a necessidade de plug-ins (como o Flash). Mes­­­­mo antes de ser lançada, a nova linguagem conquistou uma vitória importante na última semana, quando a Adobe anunciou que deixaria de atualizar o Flash para aparelhos celulares. Num mundo cada vez mais dominado pe­­los smartphones, analistas concordam que, em última instância, o anúncio da Adobe significa o fim do Flash (mas não da Adobe, que tem no plug-in apenas 7% de sua receita).

Também contribuiu para a decisão da Adobe o fato de a Ap­­ple nunca ter permitido que seus aparelhos rodassem Flash – em parte por implicância de Steve Jobs, em parte porque o plug-in demanda muitos recursos e afeta o desempenho da ba­­teria. Como iPhones e iPads re­­presentam 60% da navegação na web por aparelhos móveis no mundo, programadores já vinham desenvolvendo aplicativos que não precisam de Flash para serem usados.

Vantagens

Carlos Eduardo Seitl, arquiteto de soluções da Sofhar, empresa de TI instalada em Curitiba, diz que uma das maiores vantagens da chegada do HTML5 é a compatibilidade. “Às vezes acontece de um site funcionar de forma diferente em diferentes browsers. O HTML5 acaba com isso porque será uma linguagem-padrão que está sendo adotada por todos os principais navegadores. A experiência será mais rica e igual para todos”, afirma ele.

O especialista lembra que a compatibilidade também ocorre entre plataformas. “Não importa se é um desktop, um celular ou um tablet, o broswer vai rodar igual”, diz. “Outro fator importante é a possibilidade de usar as aplicações em modo off-line. O HTML5 já prevê isso.” Segundo ele, a linguagem vai facilitar o desenvolvimento de aplicativos, algo que deve gerar benefício a todos os usuários.