Microsoft e google em pé de guerra no Twitter

Tecnologia

Se o mês de janeiro ficou marcado pelo conflito do Google contra a Apple, envolvendo o patenteado codec H.264, o mês de fevereiro

tem tudo para mostrar uma guerra ainda maior entre as gigantes da tecnologia, mas desta vez entre Google e Microsoft.

 

Com a notícia de que o Bing estaria copiando os resultados de pesquisa do Google, funcionários de ambas as empresas correram para o Twitter para mostrar ao público suas visões e análises. Vale dizer que esta é a primeira vez que uma “briga” entre os mecanismos de pesquisa pode ser acompanhada desta forma.

Enquanto o Google tenta convencer que um sistema de monitoramento anda copiando seus resultados de pesquisa, a empresa de Steve Ballmer respondeu afirmando que a gigante de Mountain View quer esconder seus problemas corporativos em cima de um conflito. As evidências, porém, mostram que algo está realmente acontecendo.

O Google sempre deixou claro que seu maior concorrente nunca foi o Facebook, mas o Bing, um sistema de pesquisa que nasceu derivado do serviço Live, e ganhou popularidade por apresentar resultados relevantes (se assim podemos dizer…) e filtros de pesquisas realmente bons, como pesquisas personalizadas em segmentos importantes, como por exemplo, “viagens”.

O mecanismo da Microsoft é certamente a pedra no sapato do Google. Suas inovações já forçaram o cofundador do Google, Sergey Brin, a montar uma equipe para analisar a ferramenta, e explorar os possíveis motivos de sua popularidade. Os resultados foram visíveis com o surgimento de uma nova interface para os resultados de pesquisa do Google Search, até a integração do Twitter para resultados em tempo real.

Não podemos esquecer do Yahoo!.

Quem não lembra das tentativas de Mountain View em convencer Jerry Yang a continuar independente? A decisão final, entretanto, foi extremamente negativa. A Microsoft acabou fechando um acordo para terceirizar sua busca dentro do Yahoo! Search, angariando, desta forma, um impulso adicional para as suas parcerias, que apresentam nada menos que a maior rede social do mundo, o Facebook.

Com um segmento tão concorrido, onde as inovações na experiência do usuário têm frequentemente se esbarrado em questões importantes como cópias e plágios, a questão tem sido cada vez mais levada à democracia da internet, deixando que os usuários lapidem suas opiniões em relação aos fatos apresentados pelas companhias.

As empresas estariam julgando a opinião popular como decisórios para fechar os casos?

Com certeza não. Podemos classificar a transparência como um importante passo para obter a opinião popular, mas a visão corporativa ainda move muitas das empresas, sendo este o grande causador de impacto negativo junto aos consumidores e a mídia. Nem preciso citar aqui os grandes casos em mídias sociais no Brasil, não é?

No caso deste novo conflito, a opinião popular é abordada com uma questão técnica e inteligente do Google. Em vez de simplesmente afirmar uma suposta cópia, a equipe do Google resolveu enganar a Microsoft, e programou um “easter egg” para seu concorrente no qual acabou assumindo sua própria fraude. Os usuários vão aceitar isso?

No blog oficial do Bing, já são dezenas de comentários negativos à empresa, muitos dos quais os usuários se sentiram enganados e solicitam mais informações sobre os pontos questionados pelo Google. Se a Microsoft ainda tiver responsabilidade e transparência, essa explicação precisa surgir o mais breve possível.

Globo.com