Relatório sobre furto de R$ 728 mil de programa no PR pode atrasar, diz CPI

Ponta Grossa

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o furto de R$ 728 mil dos cofres do Mercado da Família em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, pretende entregar o relatório final no dia 19 de maio.

Entretanto, vereadores que fazem parte da CPI já pensam em outras linhas de investigação que podem aumentar o prazo - como o estudo dos contratos firmados entre fornecedores e a Secretaria Municipal de Abastecimento.

O programa Mercado da Família vende produtos até 30% mais baratos do que nos mercados comuns para consumidores cadastrados no programa. Pessoas que ganham até dois salários mínimos e meio e funcionários públicos municipais podem se cadastrar, além de aposentados com renda de até três salários mínimos.

Mais de 1 ano de furtos
A comissão que investiga o caso fez um mapeamento nas sete lojas do Mercado da Família na cidade e identificou que os desvios ocorriam mês a mês. O primeiro ocorreu em julho e 2013 e o último, em outubro de 2014. A maior parte dos R$ 728 mil furtados foi da loja que fica no Parque Nossa Senhora das Graças, onde o faturamento é maior.

A comissão apurou também que o dinheiro ia para o cofre da Secretaria Municipal de Abastecimento e era desviado de lá. Uma câmera escondida registrou o momento em que um suposto funcionário aparece furtando dinheiro do cofre.

O flagra foi feito no dia 19 de novembro de 2014. Nas imagens, um suspeito aparece dentro de uma sala pequena. Ele afasta um par de muletas e abaixa como se fosse pegar algo. Depois, ele coloca um maço, que aparenta ser de dinheiro, dentro da calça. A gravação termina logo em seguida.

“As pessoas que tinham a obrigação funcional de fazer os controles e de fazer a checagem diariamente dos mercados não fez, o que foi determinante para que os desvios pudessem ocorrer em um espaço de tempo tão grande. Em cerca de um ano e meio, o dinheiro foi furtado mês a mês, sem que ninguém percebesse” , explica o presidente da CPI, o vereador Izaías Salustiano.

Até agora, duas pessoas foram identificadas como as principais envolvidas no caso.