Médico e fisioterapeuta são presos suspeitos de fraude no DPVAT

Noticias de Guarapuava

Quatro pessoas foram presas nesta segunda-feira (7), nos municípios de Guarapuava, Ponta Grossa e Curitiba, suspeitas de participar de uma quadrilha que fraudava indenizações do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículo Automotor (DPVAT). Segundo a Polícia Civil, um dos envolvidos no esquema é um médico.

Esta foi a segunda fase da Operação Fraus, deflagrada no começo de novembro.

As investigações apontaram que o médico vendia falsos laudos para uma empresa que intermediava recebimentos do DPVAT. Além dele, um fisioterapeuta e dois funcionários de hospitais de Curitiba foram detidos. O fisioterapeuta é suspeito de se passar por médico para emitir laudos falsos.

Segundo a polícia, os dois trabalhavam para uma empresa que abordava vítimas de acidentes de trânsito assim que saíam do hospital. A empresa Prontidão oferecia o serviço de intermediação, mas ficavam com a maior parte das indenizações, que podem chegar a R$ 13,5 mil, em caso de morte.

A polícia descobriu que a empresa chegava a fraudar boletins de ocorrência para garantir o pagamento do seguro às pessoas. No entanto, eles cobravam até 30% do valor que as vítimas tinham a receber do governo.

“O médico e o fisioterapeuta efetuavam as consultas médicas sem a presença dos pacientes. Então, a gente tem várias versões das vítimas, no sentido de que não foram consultadas por médicos", explica o delegado Matheus Laiola, que investiga o caso.

Para descobrir quem eram os pacientes que necessitavam do DPVAT, a Prontidão contava com a ajuda dos funcionários dos hospitais. No celular de um dos detidos, que trabalhava no Hospital Evangélico de Curitiba, a polícia encontrou mensagens de texto com os nomes dos pacientes.

Um dos funcionários detidos também confessou o crime. “Eu ganha R$ 80,00, por nome que eles fechassem. Mais ou menos, em torno desses anos, eu creio que pode ter chegado a quase uns R$ 10 mil em todos esses anos”, disse.

As prisões foram feitas em caráter temporário, ou seja, têm prazo de cinco dias. Ao final do prazo, a Justiça pode estender por mais cinco dias ou transformar em regime preventivo, sem data para terminar.

Os advogados dos presos não foram localizados. Já o Hospital Cajuru, onde trabalhava um dos homens presos informou que não concorda com nenhuma prática ilícita e se colocou à disposição para colaborar com as investigações. O Hospital Evangélico, onde o outro funcionário atuava, também não retornou as ligações.

A Seguradora Líder, responsável pela liberação do DPVAT, lembrou que não é preciso contratar ninguém para conseguir a liberação do seguro. O pedido pode ser feito de graça, nas agências dos Correios e em vários agentes autorizados para receber as requisições. A documentação necessária para o pedido está disponível na página da seguradora.