Braskem diz que não houve prejuízo à Petrobras em compra de nafta

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A Braskem, empresa petroquímica controlada pela Odebrecht, afirmou em nota que não houve prejuízo à Petrobras no contrato para compra de nafta, firmado em 2009. Um relatório feito por uma comissão de técnicos havia apontado que estatal foi prejudicada, porque o preço acordado foi menor do que o de mercado.

Segundo dois delatores da Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, a Braskem pagou propina para ser beneficiada no contrato com a Petrobras.

A petroquímica, no entanto, nega quaisquer irregularidades e garante que as negociações foram concluídas com referências do mercado internacional à época. As fórmulas, ainda conforme a empresa, foram adotadas para a negociação com a estatal atendem a uma "logística econômica legítima".

A Braskem ressalta que o contrato firmado "se deu em melhores condições para a Petrobras". "Não há nenhum sentido que se alegue prejuízo a Petrobras num contrato que hoje lhe renderia 11,6 pontos percentuais acima de seu custo de oportunidade".

Para a empresa, "a observação do contexto com mais cautela, portanto, revela que o suposto prejuízo que teria sido causado à Petrobras decorre do aumento da demanda nacional por combustíveis, nada tendo que ver com a dinâmica de preços do setor petroquímico. O suposto prejuízo apontado, desse modo, foi calculado de forma arbitrária e sem fundamento técnico".

A petroquímica explica, ainda, que "a negociação comercial em torno precificação da Nafta foi pautada por critérios técnicos e econômicos, não sendo correta a conclusão de que teria causado prejuízo à Petrobras."

Relembre
A compra de nafta virou alvo de investigação em março deste ano, depois que uma comissão de técnicos da Petrobras analisou o contrato. Nafta é um produto essencial para fazer plástico, com venda exclusiva da estatal no Brasil.

O relatório da comissão diz que o contrato foi encaminhado para a aprovação da Diretoria Executiva da Petrobras por orientação de Paulo Roberto Costa, sem qualquer estudo que comprovasse a sua viabilidade econômica para a Petrobras.

Costa era diretor de Abastecimento na época, área responsável pela venda de nafta. O documento aponta ainda que houve pelo menos negligência de Paulo Roberto Costa e que isso levou ao favorecimento da Braskem, mas que não foi possível calcular o tamanho do prejuízo causado à Petrobras.

O doleiro Alberto Youssef é outro delator da Lava Jato que já falou sobre o esquema. De acordo com ele, as negociações entre a Petrobras e a Braskem eram discutidas em quartos de hotel em São Paulo. Ainda conforme o doleiro, nessas reuniões também eram acertadas as propinas a serem pagas a Costa e ao PP.