Mais de 800 pessoas participam da "Marcha das Vadias" em Brasília

Noticias de Guarapuava

Mais de 800 pessoas participaram neste sábado de um protesto em Brasília pelos direitos das mulheres. Chamado de Marcha das Vadias, o movimento reivindica que as mulheres possam se vestir e agir como quiserem, sem serem reprimidas por sua sexualidade.

De acordo com a antropóloga Julia Zambini, uma das organizadoras da marcha, o movimento é feito por feministas que buscam a igualdade de gênero. “Ser chamada de vadia é uma condição machista. Os homens dizem que a gente é vadia quando dizemos 'sim' para eles e também quando dizemos 'não'”, afirmou. “A gente é vadia porque a gente é livre”, destacou.

Com megafones, as manifestantes gritavam palavras de ordem chamando a atenção das pessoas nas ruas com frases como “Quem manda no meu corpo sou eu” e “Cuidado, seu machista, a América Latina vai ser toda feminista”.

Muitas delas usaram o próprio corpo como cartaz ao escrever frases como “Respeito é sexy” e “Sou livre”.

A jornalista Sal Ferreira foi à marcha com um vestido vermelho curto e disse que participava do protesto para mostrar que as mulheres têm o direito de serem livres. “Reivindicar a liberdade nunca é demais e a liberdade de se vestir como se quer é fundamental em qualquer sociedade e cultura. Sou o que eu quiser. Eu sou livre.”

O movimento mundial pelos direitos das mulheres surgiu no Canadá em abril deste ano e ficou conhecido como Slut Walk. O protesto foi organizado depois de um policial canadense ter dito que os diversos casos de violência sexual na Universidade de Toronto ocorriam porque as mulheres se vestiam como “vagabundas” - slut, em inglês. Desde então, protestos têm ocorrido em todas as partes do mundo, sempre com a presença de mulheres vestidas de forma provocante, com roupas curtas, biquínis ou calcinhas e sutiãs.

No Brasil, a marcha também chama atenção para o número de estupros ocorridos no país. Por ano, segundo a organização do evento, cerca de 15 mil mulheres são estupradas.

A Marcha das Vadias já ocorreu em São Paulo e em Recife. Em Brasília, o grupo caminhou do shopping Conjunto Nacional, zona central da cidade, até a Torre de TV, onde se juntou a outro protesto: a Marcha da Liberdade.