Fãs se despedirão de Roberto Bolaños, o "Chaves", no estádio Azteca

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A despedida de Roberto Bolaños, criador do "Chaves", será realizada no estádio Azteca, na Cidade do México, neste domingo, a partir das 10h da manhã (11h em Brasília). O estádio tem capacidade para mais de cem mil pessoas e foi sede das Copas do Mundo de 1970 e de 1986.

 

Bolaños morreu na sexta (28) em sua casa em Cancún, aos 85 anos. A homenagem está sendo organizada pela emissora Televisa, onde Bolaños trabalhava. O SBT transmitirá a cerimônia.

Frases criadas por Bolaños e popularizadas por Chaves:

"Prefiro morrer do que perder a vida".

"Isso, isso, isso".

"Não contavam com a minha astúcia".

"Foi sem querer querendo".

"Tá bom, mais não se irrite".

"As pessoas boas devem amar seus inimigos".

 

Neste sábado, o corpo será velado na sede da Televisa, na capital mexicana, em uma cerimônia fechada ao público.

Após a notícia, muitos fãs, tanto mexicanos como estrangeiros, se aglomeraram em frente à casa do comediante, famoso por frases como "foi sem querer querendo".

"Era autêntico, engraçado", disse -com o rosto coberto de lágrimas- Sonia, uma turista chilena que chegou até a casa, localizada na região hoteleira de Cancún, após saber da morte do artista.

"Sinto como se um familiar tivesse morrido e isso não aconteceu comigo com nenhum outro artista", afirmou à agência EFE uma senhora, que preferiu não se identificar e deixou uma mensagem junto a um ramo de crisântemos brancos com os dizeres: "se cada flor significasse um sorriso que o senhor nos presenteou, todas as flores do mundo não seriam suficientes."

 

Chespirito

Ele morava em Cancún, com a mulher, a também atriz Florinda Meza, que faz o papel da Dona Florinda no programa "Chaves".

O ator sofria de problemas respiratórios há anos por ter fumado durante muito tempo. Em março de 2012, foi internado em hospital na Cidade do México devido a uma insuficiência respiratória.

O talentoso e prolífico comediante recebeu o apelido de "Chespirito" de um diretor de cinema, que é o diminutivo da pronúncia em espanhol de Shakespeare e o batizou assim por sua abundante produção de roteiros e sua estatura baixa.

Mais de quatro décadas depois de ter estreado, os programas de Chespirito continuam em exibição em toda a América Latina, algo raro na televisão.

O apelido de Chespirito foi dado pelo diretor Agustín Delgado, primeiro a rodar um roteiro escrito por ele. O cineasta considerava Bolaños "um pequeno Shakespeare", que fazia historias semelhantes às do escritor inglês. Em 1968, passou a escrever o programa "Los Supergenios de La Mesa Cuadrada", onde estreou como ator na televisão.

Em 1970, ganhou um programa próprio, batizado com seu apelido. No mesmo ano, o personagem Chapolin Colorado estreou na atração. No ano seguinte, "Chaves" foi ao ar pela primeira vez. Após o fim de "Chesperito", em 1973, Chaves e Chapolin ganharam programas independentes, que duraram até 1979. "Chesperito" voltou a ser exibido em 1980, mantendo-se na grade por 15 anos.

Em 1984, o SBT passou a exibir "Chapolin" e "Chaves". Este último passou a ser uma espécie de "levanta audiência" na emissora de Silvio Santos. A série foi retirada da programação algumas vezes, mas hoje é exibida de segunda a sexta-feira.

Bolaños foi casado com a escritora Graciela Fernández, com quem teve seis filhos, entre 1958 e 1977, ano em que assumiu o relacionamento com a atriz e escritora Florinda Meza, a dona Florinda de "Chaves". Eles oficializaram a união em 2004. Há alguns anos, eles vivem em Cancún, em uma casa próximo à Lagoa de Nichupté. O local fica livre do assédio da imprensa mexicana.

Desde 2009, o estado de saúde do comediante era instável. Ele precisou operar a próstata e, por conta do procedimento, deixou de andar. Desde então, diversos boatos sobre sua morte são divulgados. Ao completar 85 anos em fevereiro, um parente próximo de Bolaños disse que o ator tinha acompanhamento médico 24 horas por dia.