Diante de uma crise no sistema penitenciário, o governo estadual publicou na quarta-feira (22) uma resolução, por meio da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), que proíbe a negociação de transferências de presos durante rebeliões.O documento foi criado no mesmo dia em que agentes penitenciários realizaram um protesto contra as condições de segurança dentro das unidades prisionais do estado. Desde o início do ano, presos já se rebelaram 23 vezes em várias cadeias e penitenciárias do estado. O período mais violento foi entre agosto e setembro. Em menos de um mês, cinco motins foram registrados. Em todas as ocasiões, houve agente penitenciário como refém.
Essa é a segunda vez, neste mês, que o Executivo anuncia ações para tentar prevenir e conter a onda de rebeliões no estado. Na primeira ocasião, foram determinados o encaminhamento para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) de um anteprojeto de lei que estabelecer as empresas de telefonia a responsabilidade no bloqueio ao sinal de celulares no interior dos presídios, a criação de uma força-tarefa para gestão de crise e a revisão evisão e adoção de novos padrões nos procedimentos internos de segurança – o que foi reiterado nesta resolução.
“Reafirmar a determinação aos agentes penitenciários que cumpram o caderno do DEPEN, referente à práticas de segurança nas unidades do Estado, editado por esta Secretaria de Estado em 2011, que estabelece o perfil do agente penitenciário, a quem compete vigiar, revistar, controlar, fiscalizar, movimentar presos, apreender objetos suspeitos, inclusive celulares, armas e drogas e relatar as ocorrências à chefia imediata, e, ainda, dispõe sobre o procedimento a ser adotado como forma de prevenir tais ocorrências”, diz trecho do documento.
Ficou estabelecido ainda que o Conselho de Planejamento e Movimentação de Presos deve se reunir semanalmente para analisar os casos de presos que podem ser levados para unidades próximas às famílias. A resolução fixou ainda que, em caso de motim, a Corregedoria do Sistema Penal deverá abrir procedimento para verificar se o servidor público pode ter descumprido alguma norma de segurança. Essa investigação deve ser encaminhada ao Ministério Público.